5 tendências em eventos para criadores de experiências

5 tendências em eventos
Crédito: Dan Taylor / Unsplash

Recentemente, estivemos no HackTown 2024 apresentando a palestra “Tendências em Eventos para Criadores de Experiências”. Desde então, recebemos alguns (vários) pedidos para compartilhar essa apresentação. 

Desenhamos a palestra especialmente para quem estava presente, então o PPT foi produzido exclusivamente como um suporte visual, ou seja, perde-se muito do sentido sem a nossa narração. 

Como conhecimento é abundante, quanto mais compartilhamos, mais ricos ficamos, vamos compartilhar nesta cápsula os principais insights que discutimos por lá.

Então, pegue seu bloco de notas e anote as tendências que já estão moldando o futuro dos eventos.

Antes de tudo, do que estamos falando quando falamos de tendências? 

Para entender tendências, gostamos de lembrar a definição que o Henrique Diaz, da Box 1824, apresentou em uma aula do oclb academy: “Tendências são um conjunto de informações que — somadas e analisadas — nos permitem entender o que está sendo criado, construído e imaginado.”

Ou seja, as tendências abaixo representam o conjunto de informação que coletamos a partir do nosso método de curadoria de experiências, que surge das imersões em grandes eventos e a pesquisa e produção de conteúdos always on que fazemos diariamente para as redes sociais do oclb e a newsletter que você lê nesse momento.

Agora, chega de lero lero e vamos ao que interessa…

5 tendências em eventos para criadores de experiências

1. Insegurança Climática

As previsões de eventos climáticos extremos e imprevisíveis chegaram antes e já são uma realidade. 

Criadores de experiências precisam, cada vez mais, considerar como desenhá-las em tempos de insegurança climática.

Um exemplo recente foi a segunda edição do festival carioca Doce Maravilha (leia o estudo de caso clicando aqui), que ajustou os erros da estreia para garantir uma experiência agradável, mesmo embaixo de chuva. 

O desenho de experiências de marcas em grandes eventos deve começar pelas questões climáticas. Como você está contribuindo com essa ativação? Poluindo ainda mais, negativando emissões ou – o mundo ideal – praticando o design regenerativo?

2. Boicotivismo

Lembra da nossa conversa na Cápsula #200

Se eventos refletem o espírito do tempo, em um cenário de polarização e vigilância digital, os criadores precisam aprender a navegar as complexidades das tensões culturais.

Para organizadores, a corda bamba está entre valores éticos e a viabilidade financeira. Para patrocinadores, é crucial apoiar eventos que estejam alinhados com os valores da marca. E para o público, participar e financiar eventos que ressoam com suas convicções e bandeiras. 

Essa tensão entre causas do público e das marcas é mais um pratinho para organizadores de eventos equilibrarem e que ganha cada vez mais tração ao longo do tempo.

3. Diversão Inclusiva

Proporcionar uma boa experiência para todo mundo é mais do que uma tendência; está se tornando uma regra. 

As experiências inclusivas, que consideram as necessidades específicas e o bem-estar de todas as pessoas, estão cada vez mais em evidência.

Além da acessibilidade básica, vemos a inclusão aparecer de diversas formas: o C6Fest produzindo um festival com o conforto necessário para um público mais veterano de festivais, o Rock The Mountain com sua praça de alimentação 100% vegetariana, o bar de drinks sem álcool no NOS Primavera Sound, a assistência para PCDs do festival CoMA ou  o espaço para famílias em festivais como o Smorgarsburgo e HackTown .

A provocação aqui é essa: você está desenhando suas experiências para o seu próprio umbigo ou também está considerando necessidades específicas de pessoas fora da sua bolha? 

4. Mega Experiências Imersivas

A tecnologia avança velozmente e as mega experiências imersivas estão dissolvendo as fronteiras entre o digital e o físico. 

Estamos falando de shows com holograma, da Sphere em Las Vegas, mas também do recente show do Luan Santana no interior de São Paulo… 

Com a popularização dos formatos de vídeo e o fim da era das redes sociais como as conhecemos, cada vez mais pessoas buscam conteúdos com perspectivas singulares — e é aí que as imersões se destacam.

Dica: assista ao episódio com a cenógrafa Es Devlin para a série Abstract da Netflix para entender melhor a importância do POV hoje em palcos e shows. 

5. Experiências Offline

Para toda tendência, uma contra-tendência. 

Em um mundo onde estamos cada vez mais imersos no digital, os momentos de desconexão estão se tornando preciosos.

Experiências intimistas, onde o uso de celulares é proibido ou restrito, estão ganhando espaço. Um exemplo são os listening bars. 

Detox digital, saúde mental e aversão às redes sociais são os motores dessas experiências, que buscam conexões mais profundas e autênticas.

E a Inteligência Artificial?

Claro que a inteligência artificial não poderia ficar de fora! Mas fica aqui como um bônus.

Desde aplicações mais óbvias, como na criação de campanhas premiadas para festivais, até seu uso amplo nas Olimpíadas Paris 2024 – indo da sustentabilidade do evento, à criação de conteúdo e proteção dos atletas nas redes sociais. 

Conversamos também no HackTown sobre a outra IA, a Intimidade Artificial, conceito apresentado pela psicoterapeuta Esther Perel no último SXSW. São as experiências pseudo-íntimas, mediadas por tecnologia, que criam uma sensação de conexão, mas não uma conexão real. 

Um importante alerta para criadores de experiências sobre a importância da fricção. Enquanto a IA tenta eliminá-las, cada vez mais são os eventos nos lembram que (ainda) somos humanos. Afinal, por que continuamos a frequentá-los, se muitas vezes são sinônimos de perrengue?

Mas esse papo é longo… fica para um próximo artigo.