O que acontece quando misturamos no liquidificador NFTs, festivais, uma pitada de criatividade e uma dose de ousadia e experimentação tecnológica?
Resposta: uma nova geração de experiências híbridas que apontam o futuro da indústria do entretenimento ao vivo.
Avaliados como um mercado de US$ 41 bilhões de dólares em 2021 e eleita a palavra do ano pelo dicionário Collins, os NFTs (abreviação de ‘non-fungible token’ ou tokens não-fungíveis) vieram mesmo para ficar.
Grandes festivais de música internacionais como o Coachella, The Exit e Governor’s Ball – e os nacionais Bananada, Coquetel Molotov e Do Sol – correram para plantar sementes nesse terreno e já estão colhendo bons frutos.
Descubra como esses festivais estão significando o uso dos NFTs como novas fontes de receita e experiências inovadoras para a sua comunidade de fãs.
A invasão dos NFTs nos festivais
Anote aí e volte no final do ano para ver se acertamos na previsão: a tendência mais forte no mundo dos festivais em 2022 será a criação de NFTs que impulsionarão novas experiências híbridas para seus fãs.
Os sinais estão claros. Veja bem:
Em Junho de 2021, em uma iniciativa inédita no mundo, três festivais nacionais independentes – Bananada (GO), No Ar Coquetel Molotov (PE) e DoSol (RN) – se uniram com a Phonogram.me, primeira plataforma de NFTs no Brasil, para criar o CryptoPass, uma série de 100 NFTs colecionáveis que oferecem ingresso vitalício para os três eventos, além de uma obra de arte 3D criada pelo coletivo ROSABEGE.
Dos 100 NFTs postos à venda, apenas 12 foram comprados até agora. Porém, seus valores variam de US$ 1,926.99 a US$ 288.18. Juntos, os NFTs somam até esse momento US$ 5.801,72 (aproximadamente R$ 30.168,944). Apenas a título de comparação, o valor dos ingressos desses festivais em 2019 variaram de R$ 40 a R$ 100 reais.
Logo em seguida, em Setembro de 2021, foi a vez do festival de música mais tradicional de Nova York, o Governor’s Ball, lançar em parceria com a multibilionária empresa de criptomoedas CoinBase os seus primeiros NFTs.
Durante o evento, as pessoas podiam participar de uma experiência futurística em uma cabine de fotos assinada pela CoinBase. Quem passasse por lá, recebia um tipo de NFT diferente a cada dia, que dava acesso ao VIP Lounge do festival. Além disso, NFTs com os melhores momentos do festival foram montados em tempo real e os participantes do evento poderiam comprá-los ali mesmo.
Corta para 2022. No dia quatro de fevereiro, o Coachella, um dos maiores festivais de música do mundo, fechou uma parceria com a exchange de criptomoedas FTX US para lançar uma coleção de NFTs para a edição deste ano. Foram ofertados três tipos de coleções NFTs (Keys, Sights & Sounds e Desert Reflections), cada um com uma quantidade limitada para a compra, que foi feita através de um leilão.
Os NFT’s tinham um lance inicial de US$ 60 dólares. O mais valioso deles, o Key Collections (com apenas 10 unidades), oferece um ingresso vitalício para o festival, além de experiências VIP para seus participantes como jantares com chefes renomados e um espaço permanente no camping mais luxuoso do festival. Adivinhe por quanto esse NFT está sendo vendido agora? US$ 500.000,00 bidens!!
Pra fechar. O mais recente festival a lançar sua coleção de NFTs foi o sérvio The Exit em parceria com a plataforma de trading SolSea.
O festival ainda não revelou quando começam as vendas e tampouco quais os benefícios de quem os adquire. Mas adiantou a criação de um Multiverso, uma “excitante e inovadora realidade virtual em 3D”, que fará parte das experiência digitais do festival a partir de 2022.
Os organizadores do festival reforçaram que “nada substituem as experiências presenciais”, então, além dos ingressos para o evento físico, seguindo os passos do Coachella, serão criadas outras experiências exclusivas para os portadores desses NFTs.
Vale notar que tango o The Exit como o Coachella vão comercializar seus NFTs usando o blockchain Solana, que vêm se posicionando como “a que gasta menos energia por transação“, o que mostra uma preocupação ambiental (e marketing) nessas iniciativas.
NFTs e o futuro das experiências híbridas
Esses são apenas alguns exemplos que apontam o futuro das experiências híbridas.
Mas isso é só o começo.
No artigo que você já leu aqui sobre o metaverso, apresentamos uma teoria que propõe substituir esse conceito de um “espaço” por um “momento no tempo, onde passaremos mais tempo consumindo experiências virtuais que físicas”.
Os NFTs fazem parte dessa realidade.
Durante a pandemia, festivais como o Tomorrowland e o SXSW criaram suas versões digitais. Artistas passaram a se apresentar no Roblox e Fortnite. O hibridismo das experiências digitais e físicas é um gênio que não volta para a lâmpada.
O céu – e o apetite para experimentar novas ideias tecnológicas – são o limite para uma geração de criadores de experiências que vão diluir cada vez mais as fronteiras entre o virtual e o presencial.
Prepare-se para comprar a sua skin e a sua camisa “Eu Vou” para o próximo Rock in Rio.