*Este é um artigo colaborativo. Todas as informações e opiniões que constam nela são de responsabilidade do autor.
Olá, meu nome é Paulo Octavio, faço parte do øclb comunidade e fui convidado pela Carol e pelo Franklin a contar minha experiência no Festival Hack town.
Tenho certeza de que você tem um montão de eventos referência que gostaria de ter ido participar, mas ainda não deu tempo. Na minha lista estava o Hack Town desde 2018. Não mais, pois agendei e participei desta última edição que aconteceu na cidade de Santa Rita do Sapucaí (SRS para os íntimos) e foi uma experiência marcante.
Vamos aos fatos…
Hack town é um festival que fala do futuro, não do presente!
Foi a 1ª edição presencial desde 2019. Nesse mesmo ano, os 7 mil credenciados que puderam participar do evento conheceram mais informações sobre a operacionalização do 5G, além de discutir e analisar outros temas relacionados com tecnologia e inovação.
E aí vai um primeiro fato… os temas e as discussões que acontecem lá antecedem até os temas ficarem mainstream, ou seja, de domínio mais amplo. Neste ano não foi diferente. Eu assisti palestras e refleti sobre vários temas que não fazem parte do meu dia a dia profissional e, com certeza, serão de domínio de todos nos próximos anos.
Entomofagia ( que é o termo para proteína para consumo humano advinda dos insetos), Interação entre tecnologia e feminismo (como a tecnologia pode prevenir e evitar a violência contra as mulheres), crowd management, liderança evolutiva, reconhecimento facial, blockchain, Metaverso entre outros.
Para o Hack Town, inovação não é só tecnologia
E esse é um segundo fato… Inovação não é só tecnologia como muitos podem pensar. Os assuntos são múltiplos e de múltiplas fontes. O evento é um radar de atualidades!
Os 30 mil participantes desta edição (expectativa dos organizadores) caminharam entre as declaradas 40 venue na cidade que de alguma forma realizavam atividades do evento. Eu consegui visitar 28 . E pela escala da cidade, fiz tudo a pé!
Numa ótima, sem stress. Deixei o meu carro estacionado na entrada da cidade e usei um ótimo tênis para caminhar uma média de 12 mil passos por dia (8 km). E aí temos outro fato.
Um festival que ocupa praticamente uma cidade inteira
Quando se fala muito que o futuro da tecnologia será descentralizado, o Hack Town já possui na sua essência a descentralização.
Essa experiência descentralizada é fundamental para o sucesso do evento. Quando comprei o ingresso e procurei o endereço para colocar no waze estava lá… endereço do evento: toda a cidade de SRS.
Qual cidade do país recebe e permite um evento que ocupe toda a cidade? Bom SRS faz isso, e faz muito bem.
E essa estratégia municipal vem desde os tempos em que a cidade corajosamente inverteu os ciclos de crescimento colocando a educação como seu diferencial inicial ao invés de colocar a indústria, que seria o processo inicial mais óbvio.
Indústrias geram empregos, ok! Mas escolas educam pessoas para se desenvolverem e quem sabe abrirem indústrias que contratem pessoas. Uma curiosidade sobre a cidade de SRS: existe uma cultura do empreendedorismo como em poucos locais eu tive a oportunidade de presenciar.
Graças a uma mulher da elite local. Sinhá Moreira que fundou uma escola técnica com foco em tecnologia em uma região dominada pela cultura do plantio do café, e hoje é conhecida como “vale da eletrônica”, um “Silicon valley Brasileiro” dizem alguns!
Em 1987, 700 pessoas (com certeza vários alunos e ex-alunos desta escola técnica) participaram em um sábado de 50 palestras, que hoje viraram 800 palestras e workshops com duração de 4 dias. Um exemplo a ser seguido por várias cidades!
Hack Town se inspira no evento SXSW, de Austin, no Texas
O evento Hack Town se diz “inspirado” pelo evento SXSW em Austin, Texas. O SXSW já fez parte da minha lista, mas no longínquo ano de 2006 eu tive a oportunidade de visitar e participar desse evento, que naquela época era somente um festival de música.
E aí vem outro fato. Um evento começa com um DNA forte e depois eventualmente consegue se expandir. SXSW começou com música. Hack Town começou com inovação. Ambos se expandiram.
SXSW virou um “mastodonte” que dura 10 dias e milhares de conteúdos e ativações acontecendo ao mesmo tempo. Alguns dizem que ficou grande demais. Perdeu o foco e hoje quer falar de tudo, música, cinema, inovação, tecnologia, ESG, sei lá… Será esse o futuro do Hack Town também?
Crescer e ter relevância é missão de qualquer evento. Mas qual será o limite físico que uma cidade charmosa e receptiva como SRS tem para receber um evento que a ocupe toda?
O ambiente e o clima desta última edição pós pandêmica estavam perfeitos. A organização também. Só ouvi comentários positivos dos diversos participantes que conversei e conheci. Os patrocinadores eram todos de 1ª linha, entre eles estavam a Nestlé, RX Ventures, Stellantis, SEBRAE, Fast Company e muitos outros, o que de certa forma validava a relevância e a atualidade dos temas escolhidos para serem debatidos lá. Foi um sucesso!
Com certeza a melhor estratégia de participação é “se jogar” na programação e deixar a intuição e a curiosidade agirem. Curtir a cidade e a região é um plus! Ah e tomei várias cervejas, comi muito bem, comprei queijos e doce de leite e conheci várias pessoas inteligentes e antenadas que estavam participando e caminhando pela receptiva “cidadezinha mineira” de SRS, além de refleti sobre diversos temas bacanas e atuais…
Tudo isso fica só 2 horas de SP! Coloque na sua lista. Da minha lista de “festivais para conhecer” o Hack Town já saiu, mas voltarei lá com certeza.
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