øclb comunidade te conta como foi: Coala Festival

*Este é um artigo colaborativo. Todas as informações e opiniões que constam nela são de responsabilidade do autor.

Olá! Sou Igor Padilha, trabalho com eventos corporativos e experiências de marca e sou membro do øclb comunidade. No último fim de semana participei do Coala Festival 2022 e, a convite do Franklin e da Carol, trago aqui algumas percepções a respeito da maior edição do festival (até o momento!).

Uma longa espera pelo Coala Festival

Após três anos, o Coala voltou a ocupar o Memorial da América Latina. A quem, como eu, havia adquirido os ingressos no fim de 2020, foi uma contagem interminável; isso porque o festival, programado inicialmente para setembro de 2021, foi adiado em mais um ano.

Considerando as inseguranças do período pandêmico, não julgo a escolha. A espera valeu a pena. Se a expectativa serviu de algo, foi para unir ainda mais o público que aguardava ansioso para assistir a grandes nomes da música popular brasileira.

A jornada ao Memorial

Elogios sinceros às equipes de planejamento e comunicação do festival. A divulgação adiantou uma mudança importante no acesso principal, que foi deslocado para a outra extremidade do Memorial, diferentemente do que ocorreu nas edições anteriores.

Da mesma forma, comunicados antecederam de forma efetiva os horários das apresentações, itens permitidos e proibidos de entrarem no espaço e a possibilidade de carga antecipada no sistema cashless utilizado no evento. Uma equipe de apoio disposta e animada foi posicionada dentro da estação Palmeiras-Barra Funda, com o intuito de guiar grande parte do público que acessou o local pela rede de metrô. A entrada no Memorial também não foi dificultosa e as filas, no geral, eram rapidamente atendidas.

A estrutura do Coala Festival 2022

Fonte: Igor Padilha

Sendo minha primeira participação no Coala, fui surpreendido positivamente. As áreas para atendimento deram conta do recado de forma ágil e organizada. O sistema de caixas, apoiado pela equipe numerosa de atendentes ambulantes, era responsável pela distribuição e recarga dos cartões pré-pagos utilizados ao longo do fim de semana. Todos os espaços de alimentação e bebidas foram integrados ao formato, o que garantiu o escoamento rápido das filas. 

Quanto aos banheiros, vou simplesmente expor a frase flagrada de uma participante que passou ao lado: “gente, tem privada… com descarga… e papel higiênico!”. Pode parecer básico, mas quem participa de festivais sabe do que estamos falando.

Não havia um amplo espaço para refeições, com exceção de algumas mesas estilo piquenique com bancos de madeira, e talvez por isso a escolha estratégica pela venda de alimentos fáceis de comer com as mãos. 

Para momentos de descanso, 3 opções principais: a “Parada Fica de Boa” proporcionada pela Matte Leão, mais ampla e afastada dos palcos; poucas redes de descanso próximas aos banheiros; um quadrado de grama artificial, circulando um coala prateado bonitinho. Entre um show e outro, as opções mais ágeis eram o quadrado de grama ou o próprio chão, escolhido por muitos. 

Fonte: Igor Padilha

Entendo que muitas dessas limitações ocorrem pelas dimensões do espaço – escolher uma área  para descanso é abrir mão de uma área de circulação, e por aí vai. No entanto, destaco um ponto de atenção que poderia ser resolvido de variadas formas: na saída do festival, no domingo, os participantes foram estimulados a devolverem seus cartões pré-pagos e receberem o reembolso de R$10,00 referente a esse empréstimo. Estamos falando de um público numeroso saindo ao mesmo tempo por apenas dois portões diferentes.

Resultado: pequenos tumultos, atendidos por uma equipe reduzida que tentava se desdobrar para atender a todos de forma ágil. 

E por falar em tumultos: viralizaram imagens de participantes tentando levar consigo as plantas distribuídas pelo espaço, com um toque de humor e leve censura. Não sei qual a destinação dada pelo pessoal do Coala, mas é de conhecimento que plantas vivas, muitas vezes, acabam sendo descartadas ao fim dos eventos. Vale uma ação para a próxima edição, com plantas que realmente tenham o intuito de serem levadas, talvez? 

Ativações de marca resgataram atmosfera retrô

Minha teoria é a de que, após tanto tempo de afastamento do presencial e de ações digitais compulsórias, as pessoas passaram a ansiar por experiências analógicas.

Seja esse o motivo ou não, foi perceptível que as marcas patrocinadoras do Coala Festival, de alguma forma, se apoiaram numa atmosfera retrô em suas ações.

Natura e a caça aos brindes e prêmios

A Natura levou a clássica “máquina de pegar ursinhos”, em que as pelúcias tradicionais foram substituídas por caixinhas com vouchers da marca.

Fonte: Igor Padilha

MaxMilhas também apostou nas brincadeiras retrô

Já a MaxMilhas foi ao festival com (apenas) duas máquinas com bolinhas-surpresa, resgatadas ao girarmos a manivela e que continham descontos ou acessórios estampados pela marca.

Fonte: Igor Padilha

Jameson resgatando a criança em que há em nós

Enquanto isso, a Jameson, parceira de longa data, propôs uma gangorra de quatro lugares inspirada no jogo “labirinto bolinha”.

Matte Leão distribuiu acessórios instagramáveis e a área de descanso necessária

Fonte: Igor Padilha

A Matte Leão, além do espaço mencionado acima, acertou em distribuir chapéus laranjas que marcaram forte presença no palco principal (principalmente nos shows que ocorriam durante o dia). Isso foi perceptível ao público presencial, claro, mas também a quem acompanhava a transmissão online.

Amstel garantiu a bebida e o visual em dia da galera

Fonte: Igor Padilha

Outro destaque vai para a atuação da Amstel: fornecedora oficial de cervejas e chopps do evento, entrou com copos personalizados e um espaço exclusivo em um dos prédios do Memorial. Dentro dele, ambientes divididos para nail art, estilização de cabelos e área de bazar para trocas de peças de roupa.

Um grande momento para a Música Popular Brasileira

Fonte: Igor Padilha

Já sabemos o que esperar de Gilberto Gil, Djavan, Alceu Valença, Gal Costa e Maria Bethânia. A presença de nomes tão emblemáticos é um tiro certeiro na escalação de um festival de música brasileira, com a garantia de vendas e a segurança de apresentações fantásticas, nada diferente do que ocorreu (e muito bem, obrigado). 

Destaco, aqui, a qualidade na curadoria dos demais nomes. A lineup contou com uma diversidade de gêneros musicais, passando por artistas mais recentemente popularizados, como Marina Sena e Liniker, e outros já conhecidos pelo grande público, como Black Alien, que teve uma ótima e elogiada apresentação. 

Dos nomes que eu até então desconhecia, fui surpreendido particularmente pela voz de Mayra Andrade e pela performance de Bala Desejo. A participação de DJs, que muitas vezes são convocados e convocadas como simples pontes entre um show e outro, foram atrações à parte e conseguiram manter o público sempre aquecido e desperto. 

Como não poderia deixar de ser, o festival foi marcado por intensa movimentação política, ainda mais acentuada pelo período eleitoral. Ao menos uma vez a cada apresentação, pôde-se ouvir cantos de apoio a Lula, gritos contra Bolsonaro e uma multidão de mãos fazendo o “L de Coala”, como brincou Tata Ogan. Tais manifestações não geraram nenhum conflito ou desentendimento aparente, uma vez que o posicionamento do público pareceu quase unânime entre artistas e espectadores.

No aspecto técnico, o público foi presenteado com uma pontualidade respeitosa e com uma cenografia arrebatadoramente simples: as molduras e plantas suspensas de costume formaram composições agradáveis a quem acompanhava presencialmente, mas foi também muito bem explorada pela equipe de câmeras e corte, que cuidava tanto da captação quanto da transmissão ao vivo no canal do festival no YouTube. Um cumprimento à parte para a direção responsável pelas sequências de imagens que, parafraseando mais um flagra de participante ao lado, “parecem de DVD!”. 

Poucos problemas técnicos pontuaram o evento, principalmente em relação ao som e um apagão generalizado ocorrido ao fim do show de Maria Bethânia, mas que foi recuperado a tempo e não prejudicou o gran finale do festival.

De forma geral, o Coala apresenta-se como um respiro profundo, que oxigena a MPB e proporciona trocas musicais e geracionais tão poderosas. É o evento que grita a cultura nacional e nos faz ver que, sim, vivemos um grande momento.

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