As controvérsias das Olimpíadas de Paris 2024

Controvérsias das Olimpíadas Paris 2024
Crédito: Nicolas Michaud

Você lembra do sentimento de quando viu sua primeira Olimpíada? 

Estamos no meio das Olimpíadas de Paris 2024, imersos no clima quase mágico que parece acompanhar a competição que acontece a cada 4 anos em diferentes cidades do mundo. 

Mas sabemos bem que não é magia. 

É muito trabalho para desenhar uma experiência que se transforma em história e memória afetiva para os atletas e para a população em escala global, até mesmo – ou principalmente – para quem está vendo à distância. 

Estamos falando de uma operação que, além dos turistas na cidade, precisa dar conta de: 

  • 19 dias de competição 
  • 10.500 atletas 
  • 45.000 voluntários 
  • 754 sessões (competições e cerimônias)
  • 20.000 jornalistas credenciados
  • +600.000 refeições diárias na Vila Olímpica 

As cidades que sediam as Olimpíadas vivem uma experiência única, mas que seguem um padrão: há uma disputa acirrada para sediar os jogos, preocupação com o impacto do evento, clima festivo durante as competições, e, no final, boas memórias, um impacto econômico significativo e os indesejados elefantes brancos.

Paris promete quebrar esse ciclo em 2024, desafiando normas estabelecidas e buscando deixar um legado mais sustentável. Mas tem gerado polêmicas no caminho rumo aos seus objetivos. 

Paris 2024: Expectativa vs Realidade

Paris fez promessas grandiosas para sediar as Olimpíadas pela terceira vez.

Prometeu ser a primeira vez que a competição tem equidade de gênero entre os atletas. Há especulações de que não conseguiu cumprir esta meta, mas chegou perto.

Prometeu também ser a Olimpíada mais sustentável da história, reduzindo a pegada de carbono pela metade em relação aos jogos anteriores.

O destaque vai para a infraestrutura das competições. Buscando economizar gastos e reduzir o impacto ambiental, a cidade optou por utilizar estádios e arenas já existentes, além de espaços emblemáticos como os jardins do Palácio de Versailles e ou o Champ de Mars, diante da Torre Eiffel. 

Medalha Olimpíadas de Paris 2024
Crédito: Divulgação

Até mesmo as medalhas olímpicas dessa edição, assinadas pela Chaumet, entram no projeto de reaproveitamento: todas terão um pedaço dos ferros originais da Torre Eiffel. É inegável o charme desse nível de exclusividade numa experiência.

Você pode conferir outras medidas de redução de impacto ambiental aqui.

Mas há controvérsias.

Nem a prefeita mergulhando no Rio Sena tirou a frustração e desconfiança da eficácia do projeto bilionário de despoluição do rio – que ficará como legado para a cidade (a gente já tem o aprendizado do que aconteceu no Rio, leia aqui).

Para evitar emissões de carbono, os transportes oficiais e alojamentos dos atletas não têm ar condicionado, mesmo durante o verão europeu que pode se tornar o mais quente de todos os tempos. A polêmica foi tanta que o comitê até liberou climatizadores na Vila Olímpica, mas as próprias delegações precisavam levar os seus ou alugar em Paris – como fez o Brasil.

A logística de um evento como esse também é complexa. Enquanto há o incentivo de uso do transporte público em Paris (e até a criação de novas linhas a partir das Olimpíadas), as passagens estão o dobro do valor usual. Também vimos como as linhas de trem foram afetadas por incêndios criminosos logo no dia da abertura do evento e causaram um caos, afetando 800.000 passageiros. 

Mas… entre erros e acertos, promessas e frustrações, há também uma oportunidade única de visibilidade global durante os Jogos Olímpicos. 

As marcas também competem pela atenção

Para as marcas, os Jogos Olímpicos são como nenhum outro evento esportivo, como bem colocado pela Forbes

Se as marcas já andam juntas ao esporte em outros contextos, imagine diante de uma chance única para falar com um público verdadeiramente global. 

Afinal, são 32 modalidades esportivas com representantes de 206 países nas Olimpíadas e 184 nas Paraolimpíadas em Paris 2024.

E as marcas pagam caro por essa oportunidade. Estamos falando de um evento que arrecadou cerca de 3 bilhões de euros de seus 15 patrocinadores principais, ou seja, 200 milhões de euros por marca. 

Vale acompanhar também como as marcas estão se inserindo na cobertura à distância. Sejam as 19 marcas que estão com a TV Globo e SportTV ou quem também investiu em novas plataformas como a CazéTV (que também está fazendo transmissão oficial) e o projeto de influência digital do COB

Além das marcas privadas, as Olimpíadas também são uma oportunidade para países darem um tapa no branding. Não à toa, um dos grandes destaques são as Casas dos países e, claro, a nossa Casa Brasil.

Crédito: João Gabriel / COB

Frescobol, altinha e mais modalidades intrinsecamente brasileiras são destaque no espaço que conta com o apoio de 15 marcas nacionais.

E não só isso: a Casa Brasil tem sido o point das comidas, shows e encontro com personalidades brasileiras, cenário para a Central Olímpica da TV Globo e, claro, um Fan Fest com transmissões de jogos. 

A estimativa é receber 5 mil pessoas diariamente.

Fato: não existe Olimpíada sem emoção e polêmica. Faz parte do jogo. 

Mas Olimpíadas de Paris 2024 à parte, vamos combinar que ninguém sabe criar experiência como a gente, né? rsrs

Contradições das Olimpíadas
Crédito: Reprodução / X