2024 marcou mais uma edição do Rock in Rio Academy, o Live Case Study com a equipe que constrói o maior festival da América Latina.
Durante 12 horas (sim, é maratona!), profissionais dos setores de eventos, negócios e marketing se reúnem na Cidade do Rock para conhecer os bastidores do festival – literalmente – e gerar conexões.
Participamos do evento desde o início, em 2017, e é fácil notar sua evolução.
Esta foi a edição mais redonda do Rock in Rio Academy até aqui – muito por mérito de Agatha Arêas, Presidente da Provoke Edutainment Club, empresa parceira da HSM na produção do evento.
Mas fazemos essa afirmação cientes de que não tem como comparar as edições anteriores. Especialmente a de 2022, que ocorreu naquele contexto pós-pandêmico em que todos nós estávamos passando por uma “fisioterapia social”. Você pode ler o nosso review da edição de 2022 para entender ao que nos referimos.
Chegar ao Rock in Rio Academy 2024 foi como voltar um pouco para o que éramos em 2019.
O evento voltou a ocupar a área VIP da Cidade do Rock em um dos seus raros momentos de calmaria, com o privilégio de acontecer numa terça-feira entre os fins de semana do Rock in Rio.
Entre palestras, conversas, tour pelos bastidores e até passeios nos brinquedos, confira como foi a experiência do Rock in Rio Academy 2024.
Uma manhã imersos em conteúdos
Às 9 horas, Agatha Arêas da Provoke e Reynaldo Gama da HSM abriram a programação de mesas da manhã.
Roberta Medina, vice-presidente da Rock World, deu sequência, ao apresentar a história do festival e o que podemos esperar do futuro da marca com o Projeto Imagine – um novo polo de entretenimento para as indústrias criativas.
Além de Roberta, o time de executivos do festival subiu ao palco para falar sobre inovação, cultura, marketing, operações, parcerias comerciais e jornada de talentos.
Entretanto, a extensão nas falas de alguns palestrantes comprometeu a programação planejada. Devido ao atraso, por exemplo, uma importante palestra sobre diversidade, inclusão e acessibilidade precisou ser postergada para o período da tarde.
Contrabalanceando o atraso, uma das novidades da programação deste ano provou que tem tudo para ficar para as edições futuras.
Os speed cases foram momentos muito interessantes, onde executivos do Rock in Rio apresentaram cases de suas respectivas áreas de atuação. Esse foi um prato cheio para os profissionais do setor de eventos que estavam atrás dos bastidores reais da produção de um festival desta escala.
Um dos speed cases foi sobre a digitalização dos ingressos do festival, apresentado pela Juliana Ribeiro. Outro, com Alessandra Salgueiro, mostrou os números impressionantes que acompanham a operação jurídica de um festival desta escala (ex.: mais de 20 advogados, 450 contratos com artistas e 250 com patrocinadores).
Muito curioso também os bastidores do Rock in Rio Club e a relação da marca com os seus fãs, como apresentado por Celso Barbosa. Um ótimo case de sucesso sobre gestão de comunidades.
Pausa para o almoço
O almoço do Rock in Rio Academy 2024 foi uma aula de operação comparado à edição anterior. O buffet Capim Santo ofereceu um menu variado e teve um ótimo atendimento, com poucas filas e opções vastas.
Entretanto, um evento que se propõe a ser sustentável precisa ter atenção aos detalhes. Inclusive na parte de alimentação e bebidas.
Oferecer apenas copos de plástico, neste contexto, é inadmissível.
Como todo mundo recebeu um kit de boas-vindas com um copo e uma garrafa da Stanley – marca apoiadora do festival – por que não usá-los ao invés de copos plásticos?
Além disso, não havia coleta seletiva na área VIP.
Este é um ponto de atenção para a próxima edição.
Tour pelos bastidores do Rock in Rio
Após o almoço, seguimos para uma das partes mais esperadas: o tour pelos bastidores da Cidade do Rock.
Fomos divididos em 10 grupos, selecionados a partir dos números dos crachás. Em diferentes momentos, os grupos saíam para um passeio guiado pelo Rock in Rio – incluindo os brinquedos e os camarins do festival.
Porém, nem todos os guias estavam preparados adequadamente para fazer este tour, não conseguindo responder algumas perguntas do grupo sobre áreas que fugiam da sua atuação e lendo, em seus celulares, um texto pronto para apresentar algumas das atrações do evento.
Este foi outro importante ponto de atenção que ouvimos também de outros participantes do evento.
De volta aos conteúdos
Quando retornamos ao auditório montado na área VIP, foi inevitável sentir uma queda no ritmo do evento.
Saímos do clima de experiências do festival para ouvir mais palestras. É fato que à medida que o tempo passa, ficamos com a energia mais baixa, com menos atenção.
Embora as palestras da tarde figurassem como as melhores do dia, a verdade é que muitos participantes do evento já estavam bem cansados.
Em sequência à mesa sobre Diversidade, Inclusão e Acessibilidade citada anteriormente, Zé Ricardo fez uma ótima fala sobre curadoria e longevidade de um festival.
O CAO da Rock World apresentou uma excelente diferença sobre os festivais e os shows de arena/estádio que estão em ascensão no Brasil no último ano: em um festival, você vai 50% certo do que quer ver e fazer, mas deixa os outros 50% para a descoberta, a vivência. Ressaltou também como o que diferencia os festivais é sua capacidade de construir narrativa.
O momento inspiração deu sequência quando seguimos para o Palco Mundo.
Este momento marca também a primeira vez que Roberto Medina não aparece para o encerramento, deixando a palavra com Luis Justo, CEO da Rock World, que apresenta os oito valores do Rock in Rio e como eles são aplicados em cases concretos do festival.
Se não estava claro até aqui, em cima do Palco Mundo fica explícito o fio condutor de todos os executivos da Rock World que falaram durante a programação do dia: paixão, emoção e devoção.
O fim da maratona
No final da palestra do Justo, uma surpresa: um impressionante show de video mapping tomou a estrutura do Palco Mundo.
É preciso ter pique para aguentar a maratona de Rock in Rio Academy. Saímos às 7h30 da manhã do Airbnb e voltamos depois das 21h30. Porém, não há cansaço que não é relevado quando se encara um Palco Mundo iluminado no final do dia. É a teoria da magia do entretenimento que ouvimos nas palestras sendo colocada em prática.
Foi um momento bonito e emocionante. Não para menos, fez todo mundo pegar o celular para registrar pelo menos um pouco daquela magia.
No final, conversando com o Marcelo Braga, sócio-fundador da Liga de Marketing e parceiro da comunidade oclb, ele resumiu bem nossa percepção sobre o Rock in Rio Academy: “as pessoas vêm a um evento como esse buscando conteúdo, relacionamento e experiência. É preciso buscar um melhor equilíbrio entre os três.”
Conteúdo teve em excesso, é possível reduzir em edições futuras. Que seja mais sobre os speed cases e menos palestras longas com conteúdos que podem ser disponibilizados em outro momento.
Relacionamento talvez seja o ponto a ser melhor trabalhado para as próximas edições. Ter uma dinâmica de apresentação rápida entre os participantes (“se apresente pra alguém do seu lado, não vale alguém que você conhece”) já seria um quebra gelo bacana pra quem foi lá sozinho, por exemplo.
O Rock in Rio Academy 2024 foi bastante intenso. A experiência é entregue do início ao fim do evento. Além dos conteúdos, foram 12 horas de encontros com parceiros, amigos, clientes e alunos. Mas das palestras ao video mapping, a verdade é que estar na Cidade do Rock montada – e vazia – já é, em si, uma experiência.