Descubra como foi o SXSW 2025, com as tendências, palestras e tecnologias que marcaram esta edição.
Segundo a filósofa Laurie Ann Paul, “experiências transformativas” são aquelas que mudam fundamentalmente quem somos de maneiras que não podemos prever ou compreender completamente antes de vivenciá-las.
Assim é o SXSW: uma experiência transformativa.
Por mais que se tente explicá-lo (e olha que fazemos isso há mais de uma década), só entende mesmo quem vive essa experiência.
E depois de vivê-la, dificilmente você volta a mesma pessoa.
“Mexe qualquer coisa dentro doida, já qualquer coisa doida, dentro, mexe”.
São necessários meses para digerir tantas informações, ideias, insights, conexões e conceitos.
Como o próprio presidente do SXSW Hugh Forrest costuma dizer, “os conteúdos do SXSW são apenas uma faísca para conversas profundas que precisamos ter ao longo do tempo”.
Uma das melhores formas de organizar o caos mental é organizar anotações em uma apresentação pós-evento: os famosos treinamentos de “Download”.
O Download do oclb sobre o SXSW 2025 já tem datas reservadas para apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Porto Alegre. Clique aqui para agendar uma apresentação exclusiva do oclb para o seu time (presencial ou online).
Mas você não precisa contratar o Download do oclb para ficar por dentro das conversas mais importantes do SXSW 2025.
Na cápsula de hoje, destacamos os 12 momentos que marcaram a 39ª edição do maior festival de criatividade e inovação do ocidente:
1 | Carros autônomos (e voadores) já são realidade em Austin
O Uber lançou sua parceria com a Waymo durante o SXSW. Foi um frenesi ver a galera conseguir pegar um no aplicativo – veja como funciona.
E que tal um drone que transporta humanos? As demonstrações do eVTOL HEXA da LIFT Aircraft foram outra sensação em Austin neste ano.
2 | As aplicações da IA mais usadas pelos Brasileiros
Plaud, otter e fones com tradução ao vivo (a Apple acabou de anunciar que está desenvolvendo um também). Essas foram as tecnologias mais usadas pela comunidade Brasileira durante o SXSW. O idioma cada vez menos é uma barreira para consumir os conteúdos em inglês.
3 | Precisamos falar sobre saúde
A palestra de abertura de Kasley Killam apresentou um novo conceito que promete dar o que falar. Após a saúde mental e saúde física (ambas centradas no indivíduo), é hora de cuidarmos da nossa saúde social.
A curadoria do SXSW deu bastante destaque também a como viver uma vida longeva com qualidade: além do keynote “Não Morra” com Bryan Johnson, essa pauta também apareceu na palestra do Peter Attia, do professor Jeffrey A. Lieberman e em outras conversas.
4 | Incerteza, silêncio e revolta
Os palestrantes do SXSW parecem estar ainda processando o efeito do novo governo Trump-Elon.
Em meio a um festival reconhecido pela sua posição progressista, o que se percebeu foi um grande silêncio sobre a atual política norte-americana.
Poucos levantaram a voz para questionar o status quo, e a palestra do Douglas Rushkoff (Weirding the Digital: An Invocation) foi uma delas.
Outros como Scott Galloway até que tentaram (com seu polêmico “dominó da covardice”) – mas por algum motivo ainda desconhecido a sua palestra foi retirada do Youtube…
Entre a incerteza, o silêncio e a revolta, foi na moda que o ativismo se fez evidente: Jay Graber, CEO do Bluesky vestiu uma blusa com os dizeres ‘um mundo sem césares’, uma provocação direta ao ‘All Zuck or Nothing’ usada recentemente por Mark Zuckerberg.
5 | Consagração da São Paulo House
A São Paulo House foi mais uma vez um sucesso, consolidando de vez sua vocação de ser “a embaixada brasileira em Austin”. Se no ano passado 10 mil pessoas passaram por lá, mais de 15 mil estiveram na SP House este ano.
Pelo 2º ano, a curadoria da SP House foi assinada pelo oclb (nós mesmos!), e entre os destaques da programação houve uma entrevista exclusiva com a Amy Webb (que virou destaque no Fantástico), uma mesa de encerramento mediada por Simone Kliass com alguns dos principais palestrantes do SXSW e a presença de marcas como Itaú, Fundação Itaú, Ambev, Toyota, Globo e Gerando Falcões assinando painéis.
Isso sem falar da curadoria de shows e DJs da Billboard – e o melhor café da cidade.
A São Paulo House já confirmou presença em 2026.
6 | Mais um prêmio para o Brasil
CESAR e Boticário ganham o Innovation Awards do SXSW na categoria de júri popular com uma solução belíssima usando IA: um Batom Inteligente que permite que pessoas com deficiência visual ou limitação motora tenham autonomia na aplicação do produto.
7 | Brasileiros brilharam dentro e fora dos palcos
Cristiano Amon, Ronaldo Lemos, Rodrigo Montesano, João Paulo Cuenca, Gabriela Mattos, Alysson Muotri, Simone Kliass e Rodrigo Terra foram alguns dos representantes que nos encheram de orgulho na Conferência do SXSW.
Na parte musical, Jonathan Ferr, Tagua Tagua, João Brasil e Terraplana nos representaram nos palcos do SXSW Music. Faltou o cinema esse ano. Faltou? Ah não, já levamos o Oscar.
Fora dos palcos e salas da conferência, em mais um ano, os brasileiros representaram a maior delegação internacional do SXSW. Quase 2500 brasileiros estiveram em Austin neste ano.
8 | As ativações de marcas que se destacaram
Rivian e Museu do Futuro de Dubai (aí na foto!) se destacaram em um ano de poucas ativações de marcas realmente criativas no SXSW.
Rivian, o carro elétrico que foi o principal patrocinador do SXSW, esteve onipresente do início ao fim do SXSW, seja na conferência (com palestras), no trade show (onde mostrou seu sistema de som surreal com 16 caixas de som internas) e nas ruas de Austin.
Já o Museu do Futuro trouxe uma instalação de experiência imersiva, um telão 360º com uma obra do artista Refik Anadol. No mesmo espaço, em uma sala ao lado, era possível conferir uma série de palestras com convidados especiais. Do lado de fora, o brinde mais desejado foi o chocolate de Dubai que virou febre no TikTok.
9 | IA segue dominando as conversas, mas computação quântica é a nova buzzword
Como esperado, a narrativa da IA esteve presente em muitas das discussões sobre o SXSW. Diferente de outros anos, porém, ela já não é mais novidade. Ela já está no meio de nós (veja os itens 1 e 2 desta lista).
Durante o SXSW 2025, falou-se sobre modelos pequenos (small models), IAs de código aberto (pauta forte), agentes de IA (idem), a materialização da IA em robôs, IAs generativas alimentadas por células e elementos da natureza e a IA sensitiva, que se adapta ao contexto sem a necessidade de prompts.
No lugar da IA, a vedete do ano deste SXSW foi mesmo a computação quântica.
Em seu keynote, o presidente do IBM Arvind Krishna afirmou que ainda nessa década esperamos ver alguma aplicação revolucionária usando essa tecnologia.
Entre as discussões sobre a aplicações da computação quântica, Charina Chou, COO do Google Quantum AI, destacou seu papel no contexto atual: “Alguns dirão que a crise climática que estamos enfrentando é a razão para pesquisarmos a computação quântica.”
Vale destacar também a palestra da Samuraí Britto, Head of Quantum and Data Science Executive Manager no Itaú Unibanco, uma das maiores autoridades em computação quântica no Brasil, que representou o país na São Paulo House.
10 | Ficção científica ou fatos científicos?
Recriação em laboratório de espécies de animais extintas (desextinção), vidas infinitas, porcos com dedos humanos na boca no lugar de dentes, novos materiais nunca antes imaginados produzidos a partir da união entre a IA e a biotecnologia.
Já basta a desinformação, fim da checagem de fatos e deep fakes… Algumas das palestras do SXSW desse ano poderiam inspirar toda uma nova temporada da série Black Mirror.
11 | Coachelização do SXSW
Seguindo a tendência do Coachella, onde é esperado aparições surpresas durante o primeiro final de semana, neste ano muitos palestrantes usaram e abusaram desse recurso para amplificar o buzz de suas apresentações.
Foi o caso da palestra da Disney, que convidou o Homem de Ferro Robert Downey Jr, mas também de Cristiano Amon que convidou will.i.am e Arvind Krishnna que convidou o governador de Illinois.
Por aqui, ficamos com uma pulga atrás da orelha: será que na era da economia da atenção, uma hora de conteúdo é tempo demais?
12 | Um encerramento muito especial
O esquema de segurança para a palestra com Michelle Obama e seu irmão Craig Robinson foi à altura da ex-primeira dama: não houve nenhuma palestra antes da dela no Ballroom D, o keynote do dia foi apresentado somente no final da tarde, as pessoas não podiam escolher o assento (era por ordem de chegada) e a fila para entrar na sala desceu do quarto andar até o solo do Austin Convention Center.
Carol Soares (co-fundadora aqui do oclb) foi uma das sortudas que conseguiu entrar na sala usando o SXXPress Pass, sentou lá na frente e viu a musa falar durante uma hora sobre saúde mental, como alcançar a felicidade e usar as redes sociais de forma mais saudável.
“Você pode escolher usar essas ferramentas para o bem ou para o mal. Temos a responsabilidade de não espalhar ódio e amargura”, pontuou.
Fica também o nosso registro acima!
E o SXSW 2026 já começou!
O SXSW já está subindo uma playlist no Youtube com as principais palestras do ano, todas com legendas e dublagem para português e espanhol, um oferecimento do Itaú.
As datas para 2026 mudam e o evento será “reimaginado”: começará na quinta (ao invés de sexta) e terminará na quarta, eliminando o final de semana antes voltado para a música.
Por aqui, nós já estamos trabalhando na próxima parada do oclb journey: SXSW Londres.
Saudade até que assim é bom, né?