“E aí, o que você tá achando do SXSW Sydney em comparação com Austin?”
Essa foi a pergunta que mais escutei nos corredores do International Convention Center (ICC) em conversas com outros participantes da comunidade South By.
Frequento o SXSW de Austin desde 2012. Desde 2018, Carol e eu somos guia de grupos de executivos e curadores de empresas como Itaú e Globo. Desde 2017, ela e eu somos nômades. Entre os destinos que mais sonhamos viajar, a Austrália sempre esteve no nosso top 5. Só faltava aquele empurrãozinho para decidirmos viajar. Afinal, não existem vôos diretos para a Austrália saindo do Brasil e qualquer opção com escala ultrapassa facilmente 24 horas de viagem.
Optamos sair por Santiago, no Chile, onde passamos uma semana antes de voarmos quase 15 horas pela companhia aérea Qantas até Sydney. Foi um vôo confortável, mas também o mais longo direto que já fizemos. Em Sydney, levamos quatro dias até regularizar o sono. Só conseguimos nos manter acordados nas primeiras tardes de SXSW com um reforço significativo de café (“flat white, mate”).
Felizmente, o “sacrifício” valeu a pena.
SXSW Sydney superou as expectativas
Como toda primeira vez, o SXSW teve aquele clima onde tudo é novidade.
Foi como o primeiro South By que fui em Austin, pouco mais de dez anos atrás, quando as pessoas ainda puxavam conversas com as outras nos corredores, mal se escutava alguem falando em português e a grande curiosidade era qual aplicativo da vez seria lançado ou qual celebridade apareceria de surpresa em um evento.
Muito além da nostalgia, o que valeu mesmo a pena no SXSW Sydney foi uma palavrinha mágica que é um dos principais pilares do South By, mas que veteranos e veteranas de Austin vem cada vez mais sentindo dificuldade em se conectar: DESCOBERTA.
O fator novidade, por si só, já diferencia e muito as edições de Sydney e de Austin. Trinta e sete anos os separam. Mas outras diferenças valem a pena destacar.
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Sydney, uma cidade deslumbrante
“Deslumbrante: que causa fascínio; que é encantador; fascinante. Que ofusca a vista pelo excesso de luz ou de brilho.”
Deslumbrante é o adjetivo mais adequado para descrever Sydney.
Como escrevi lá no Linkedin: Sydney parece ter nascido pra receber o SXSW. É muito difícil imaginar um festival que nasceu em 1987 no Texas – e que nunca havia saído de lá até então – adaptar-se e manter sua essência em qualquer outro lugar. Felizmente, a organização do evento de Sydney fez bem o dever de casa, mostrando que o SXSW veio pra ficar.
Críticas dos locais relatados como longas filas, algumas sessions lotadas e alto valor dos ingressos é algo mais que comum em Austin.
Mas, diferente de Austin, Sydney é uma cidade cosmopolita, com muitas atrações para além do evento, experiências e uma ampla oferta gastronômica, com restaurantes e a culinária para agradar todos os tipos e gostos (quem frequenta Austin há um tempo, sabe como esse ponto faz diferença).
Locações que combinam com o espírito do SXSW até mais que Austin
O que o Austin Convention Center (ACC) é para Austin, o International Convention Center (ICC) foi para Sydney. A diferença é que o ICC é bem mais novo, moderno e bonito que o ACC.
O ICC oferece mesas de trabalho espalhadas com carregadores para tomadas e USB, uma arquitetura de tirar o fôlego (idem o cenário do lado de fora) e uma ótima infraestrutura de serviços em volta com restaurantes, mercados, cinemas, parques e espaços para famílias.
No SXSW Sydney, ao invés de hotéis, outras locações inusitadas receberam os conteúdos do festival, como a Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) ou o Pleasures Playhouse, um cinema abandonado em Chinatown (que também sediou a Casa TikTok).
Programação, conteúdo e forma
O formato do SXSW Sydney foi mais curto, como era de esperar, mas não menos intenso em termos de programação e conteúdo.
Um dos grandes destaques dessa edição foi a ocupação do Tumbalong Park, uma “praça” que fica em frente ao ICC, onde ficaram também as principais ativações de marcas do festival – Porsche, Suntori, Seven e CommonBank -, um gigantesco palco que funcionou todos os dias do festival e um telão com sessões de cinema gratuitas. Tudo isso aberto ao público, mesmo para quem não tinha crachá.
Inteligência Artificial continua sendo o trending topic do ano. Mas foi muito rico ver como as discussões evoluíram de março em Austin para outubro em Sydney. Intimidade Artificial e relacionamentos com máquinas prometem ser um tema quentíssimo para os próximos meses.
No total, assistimos a vinte palestras, participamos de um meet-up para profissionais de eventos, assistimos a um filme (“The Royal Hotel”, abertura do festival), participamos de oito ativações de marcas e eventos de happy hour e passamos todos os dias na Expo (feira), onde também aconteceu a XR Exhibition. Claro, assistimos a pelo menos dez shows, todos de artistas asiáticos e surpreendentes.
No sábado (21/10), participamos de uma visita guiada de duas horas de duração com um representante do governo de Sydney, para nos apresentar a visão de 2050 para a cidade, alinhadas com valores de ESG.
Ou seja…foi aquela maratona do SXSW de Austin. Só que com muito menos FOMO.
Apenas sentimos falta de uma informação da organização se o conteúdo estaria disponível para acessar online depois (embora notamos que todas as principais sessions foram gravadas).
Também sentimos falta de mais palestrantes asiáticos, especialmente entre os keynotes. Muitos dos principais palestrantes do evento ainda eram americanos.
Resistência e reconhecimento dos povos originários
Outro destaque da programação, que impressionou em particular estrangeiros como eu, foi a mensagem de reconhecimento dos povos originários da Austrália antes de cada sessão.
Dois dias antes do festival começar, a maioria dos australianos votou “não” em um referendo nacional para reconhecer os direitos dos povos aborígenes (60-40%).
A organização do SXSW se posicionou contra os resultados do referendo, convidado representantes dessa população para abrir algumas das principais palestras e filmes do festival.
Apesar da votação, a cultura de mais de 65 mil anos segue resistindo.
Como escutamos bastante por aqui, “sempre foi, sempre será”.
Vale a pena viajar para o SXSW Sydney 2024?
Para nós, valeu muito a pena vir na edição inaugural do SXSW Sydney. Não só recomendamos para a comunidade Brasileira, como saímos daqui planejando voltar em 2024.
Se por um lado, a viagem é longa e cansativa, por outro, fazendo as contas e comparando com Austin, os custos de hospedagem, alimentação e até os badges saem mais baratos.
É fato que viajar para qualquer um dos dois SXSW é um privilégio para poucos.
Austin continua sendo a edição original, com muito mais conteúdo, experiências e onde as grandes novidades são anunciadas. Por exemplo, é em Austin que a Amy Webb lançou o seu relatório de tendências. Em Sydney, ela atualizou a conversa.
Talvez, esse seja um bom exemplo para dizer que, entre um e outro, o melhor mesmo seja participar de ambos.
Para quem consegue e tem interesse em fazer negócios e conectar-se com as inovações e discussões do eixo Ásia-Pacífico, o SXSW Sydney é uma excelente porta de entrada.
Mas vale aproveitar logo, antes que Sydney sofra os mesmos efeitos econômicos hiper infacionados que Austin nos dias de SXSW.
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