Como sempre, estamos mudando.
Chame de transformação ou crise, os impactos sócio-culturais-tecnológicos da pandemia estão refletindo em nossas novas maneiras de conviver, e, consequentemente, participar dos eventos.
É fato: há mudanças no mercado de eventos. A começar pelo que entendemos por conteúdo e seu papel nos eventos.
Por que você vai a eventos?
Pense na última vez que esteve num evento como uma conferência, uma feira de negócios ou até um festival de música.
O que te fez comprar o ingresso?
Provavelmente, o line-up.
Ou seja, a promessa de conteúdo. Num festival de música, são os artistas. Numa conferência de inovação, os palestrantes. Numa feira, seus expositores.
Pode ser até que durante o evento você deixe de vê-los por alguma outra experiência. Porém, é quase certo que o primeiro impulso em comprar o ingresso esteja relacionado ao impacto do conteúdo e da curadoria do evento.
Mas a gente sabe que, quando é pra valer no dia do evento, tudo pode mudar…
Queremos nos conectar mais (presencialmente)
Os anos de isolamento social impactaram nossa sociabilidade, somados também ao aumento no tempo de tela individual… Estamos cada vez mais individualizados.
Eventos presenciais são, portanto, uma das raras oportunidades de realmente compartilharmos juntos uma experiência coletiva – inclusive ao lado de pessoas que discordamos ou desconhecemos.
Eventos são cada vez mais necessários para nos ajudar a furar bolhas. E o desejo de conexão ao vivo ocupa um espaço cada vez maior nas experiências individuais.
Isso não significa que as pessoas não buscam mais conteúdo. Simplesmente que ele não é mais rei.
O conteúdo tem um papel fundamental na sua estratégia de marketing, mas não necessariamente na experiência vivida durante os dias de evento. E estrategistas de eventos precisam considerar as necessidades reais do público ao longo da jornada.
Já vemos o impacto disso em formatos que cada vez mais ganham relevância como os MeetUps do SXSW, as rodadas de negócio do Rio2C, e os bons e velhos workshops como vimos recentemente no festival Futuros Possíveis.
Por isso…
O conteúdo é importante, mas como ele é entregue também conta
O conteúdo continua sendo um dos principais – senão o maior – motivo pelo qual as pessoas compram ingresso.
Se o seu line-up não for interessante, as pessoas não vão (exceto nos casos em uma marca já esteja consolidada e o evento consegue vender ingressos sem divulgar suas atrações).
Para atender às expectativas das diferentes experiências, o conteúdo online pode ser seu aliado.
Ele não substitui a presença física, mas nos permite resgatar um conteúdo que perdemos ou queremos revisitar.
Se você produz um evento de conteúdo, é muito importante considerar que ele seja disponibilizado online, como faz o Web Summit com seu aplicativo ou o Festival LED com a transmissão no Globoplay.
O conteúdo, mesmo que por vezes coadjuvante, é fundamental no planejamento de qualquer evento.
É como a música ao fundo de um bloco de Carnaval: mesmo que esteja distante do trio, ela mantém a energia e o ritmo do bloco. Da mesma forma, o conteúdo guia o evento. Sem ele, parece que falta algo.
Por isso, dê atenção ao conteúdo, tanto aos nomes escolhidos para o line-up quanto aos formatos oferecidos. Ele ainda importa. E muito.