Experiências imersivas em Londres para se inspirar

Crédito: Divulgação / Avora

Vira e mexe, criadores de experiências nos procuram pedindo indicação de cursos na área de eventos, live marketing e brand experience.

Quase sempre compartilhamos o mesmo conselho: viaje. O que se aprende em uma semana viajando pode valer mais que um semestre inteiro dentro de uma sala de aula.

Viajar, em si, é a maior experiência imersiva. E o limite para voltar com a bagagem criativa cheia de novidades é a sua curiosidade. Ou seja, a disposição de sair da zona de conforto, experimentar coisas novas e furar a própria bolha.

Se você acompanha as redes do oclb, deve ter visto que semana passada estivemos em Londres

Essa foi a primeira parte de uma viagem de pesquisa de referências, e uma preparação para projetos que desenhamos para o próximo ano.

Especificamente, visitamos a terra do rei para nos conectar com Shoreditch, bairro onde acontecerá o SXSW Londres nos dias 02 a 07 de Junho de 2025. 

Também aproveitamos a viagem para estudarmos tendências em design de experiências imersivas em Londres. 

Na cápsula de hoje, te convidamos a fazer parte dessa viagem conosco. 

Keep Shoreditch Weird

Um dos charmes do SXSW é a cidade onde acontece. Austin, capital do Texas e da música ao vivo, orgulhosamente adotou como slogan a frase “Keep Austin Weird”. Na tradução, “mantenha Austin esquisita”. 

Essa esquisitice é uma ode à irreverência criativa dos seus moradores, entre eles Willie Nelson, Michael Dell (esse mesmo, dos computadores), Sandra Bullock, Robert Rodriguez e Matthew McConaughey. Moram lá também o podcaster Joe Rogan e Elon Musk. É essa mistura de festa estranha com gente esquisita que faz de Austin essa cidade tão particular.  

O bairro de Shoreditch é igualmente… peculiar. 

Shoreditch, no leste de Londres, é um dos bairros mais vibrantes e criativos da cidade, conhecido por sua atmosfera boêmia e espírito inovador.

Antigo reduto industrial, a região se reinventou como um polo de arte urbana, com murais coloridos que transformam suas ruas em verdadeiras galerias a céu aberto. Banksy, por exemplo, marca presença lá.

Grafite do Banksy em uma parede de Shoreditch, bairro que receberá o SXSW Londres 2025
Grafite de Banksy em Shoreditch. Crédito: oclb

É o lugar ideal para quem curte cafés hipsters, bares e restaurantes da moda, mercadinhos alternativos como o famoso Brick Lane Market e boutiques independentes cheias de estilo. 

Além disso, segundo o chatGPT, “Shoreditch atrai startups e profissionais criativos, consolidando sua reputação como o coração pulsante da cultura alternativa e contemporânea de Londres”.

Por isso, o slogan da primeira edição do SXSW Londres – “Beautiful Collisions” (Belas Colisões) – faz todo sentido. 

Village Underground, uma das venues do SXSW Londres
Village Underground, uma das venues do SXSW Londres. Crédito: oclb

Em sua essência, nossa expectativa é que o SXSW Londres terá como foco a economia criativa, o design, a moda e as artes visuais, a música e o entretenimento. 

Se você – como nós – se identifica com tudo isso e tem interesse em fazer parte de um grupo seleto para explorar o SXSW Londres em nossa companhia, envie um e-mail para comercial@oclb.com.br para continuarmos a conversa 😉

Avora, um teatro imersivo etílico e social

Desde 2017, quando participamos do Speakeasy em São Francisco, nossa primeira experiência de teatro imersivo, nos apaixonamos pelo formato. 

Esse tipo de projeto está para o design de experiências como um festival de música está para um evento cultural. É o topo da cadeia criativa. Uma operação complexa, ao vivo e que nunca se repete.

A maioria dos teatros de experiência imersiva possuem narrativas não lineares, ou seja, é o público quem escolhe que atores seguir e que história vai viver.

Avora, a experiência imersiva que conhecemos em Shoreditch, é diferente das que já participamos. 

Primeiro, porque sua narrativa é linear. Segundo, porque, na prática, ela foi criada como uma boa desculpa para tomar drinks e conhecer pessoas.

É sempre um desafio explicar o que acontece numa experiência como essas, mas use a sua imaginação:

Você faz parte de um grupo de pesquisadores humanos, convidados por um bilionário do Vale do Silício para explorar um novo planeta (qualquer semelhança não é mera coincidência). Ao longo desse experimento, você é ao mesmo tempo participante e parte do elenco.

Tudo na realidade não passa de um grande experimento coletivo e social.

Em uma das paradas etílicas no Avora. Crédito: oclb

Avora é um “bar-teatro”. Nosso convite dá direito a quatro drinks em uma hora e meia de experiência. 

Do lado de fora, antes de começar, aguardamos na fila com um grupo de umas doze pessoas. Assim que entramos, fomos recebidos por uma das atrizes do espetáculo, que nos passa as primeiras instruções (não tocar nos atores, não intervir em cenas, fotografar à vontade, entre outras). 

Depois que todos recebem as instruções, descemos uma escada e começa o espetáculo. 

O porão é um laboratório científico iluminado com luzes neon e fluorescentes. O cientista chefe que conduzirá o grupo é apresentado e nos convida a preparar um “soro” que nos permite viajar para um outro planeta. O soro, no caso, é o primeiro dos quatro drinks. 

Ao longo da “peça”, grupos se formam. Nós fizemos amizade com uma dupla de francesas, que estavam turistando em Londres. 

À medida que pulávamos de sala em sala, experimentávamos um novo drink e os ambientes mudavam. Entrávamos no planeta alienígena, super instagramável. O álcool ajudou as pessoas a se soltarem mais, até que o espetáculo atinge o seu ápice: a fuga do planeta.

Por aqui, odiamos spoilers. Então, não vamos contar o final. 

O que vale extrair de experiências como a Avora é o domínio da técnica de construção de jornadas de experiências, que começa desde o momento da inscrição, quando se recebe o e-mail confirmando que você agora faz parte de uma missão interplanetária, e que termina quando estamos novamente na rua embasbacados – e “alegrinhos” – com tudo que acabamos de experimentar.