É oficial: foi dada a largada para a temporada das festas juninas.
Começamos a sequência de eventos que movimentam o Brasil inteiro e que, vamos combinar, merecem toda a liberdade poética de ser estendida até agosto.
Você pode até pensar no Carnaval como festa representativa do Brasil. Mas vai dizer que as festas juninas não são a nossa cara também? Foi aqui que a tradição europeia se encontrou com as culturas indígenas e africanas para criar algo exclusivamente nosso.
Nesse mesmo ritmo, as festas juninas seguem abraçando influências e se reinventando em novos formatos, criando tradições, aderindo e inventando tecnologias, indo das quadrilhas virtuais e lives juninas da pandemia até as atuais transmissões, abrindo espaço para marcas, dando aula de logística, movimentando o turismo, girando o comércio, fortalecendo os afetos e tudo que tem direito.
É muita cultura, tradição e festa, mas também um grande negócio.
Economia que pula a fogueira
Tanto para as cidades que sediam as festas, como para as marcas que chegam junto, estamos falando de uma verdadeira potência econômica.
As celebrações geram números na casa dos 6 bilhões de reais e movimentam mais de 26,2 milhões de pessoas por todo o país, segundo estimativa do ano passado.
Só no São João de Caruaru deste ano, espera-se gerar mais de 2 mil empregos e mais de 300 milhões para a economia local. No distrito federal, o comércio tem expectativa de movimentar 120 milhões de reais com festas juninas.
A potência é tanta que esbarra até mesmo nas marcas que, a princípio, não estavam envolvidas diretamente com o evento. Itaú, por exemplo, mesmo sem patrocinar nenhuma das festividades juninas, viu seus microcréditos subirem 39% no Nordeste por causa delas este ano.
A gente já volta a falar mais das marcas. O ponto é que as festas juninas movimentam muito dinheiro e muita gente Brasil afora.
O São João de Macaranaú, no Ceará, espera receber mais de 1 milhão de pessoas nos 8 dias de festa. Enquanto a Festa Junina De Votorantim, em Sorocaba, chega a receber 500 mil pessoas com uma programação que vai de Alok a Ana Castela.
E essas não são nem as maiores festas. Hoje não é o dia que vamos entrar na disputa constante entre Caruaru e Campina Grande… Mas o pessoal do Pronto Jornal entrou, vale a pena ver o vídeo e conhecer alguns dados dessa rixa.
Quentão, canjica e experiências de marcas
Falando em patrocínio… Devassa, Coca-Cola e Aposta Ganha são algumas das marcas que assinam o São João de Caruaru; Coca-Cola também aparece junto a Amstel no São João de Cruz das Almas, na Bahia; e para variar do tema A&B, a empresa de ônibus Guanabara patrocinou mais uma vez o São João de Campina Grande.
E é só abrir o feed do Instagram de uma marca como a Itaipava para se deparar com o clima junino, com direito a lata comemorativa, campanha com Ivete Sangalo e anúncio do seu patrocínio do São João de Petrolina.
Mas as marcas não criam ações apenas nas grandes festas do Nordeste.
No meio de Campinas, você pode se deparar com essa unidade do OXXO decorada pela Yoki para marcar seu patrocínio ao São João de Nóis Tudim, em São Paulo. Aliás, a marca está em clima de festa junina desde abril com sua festa no BBB.
Babados, xotes e xaxados… festa no interior!
Não podemos ignorar que provavelmente veremos algumas mega festas juninas que são fenômenos de ano eleitoral, afinal, política e o mercado de eventos andam próximos, principalmente quando pensamos no interior do país. Muito mais dinheiro público será investido nessas festas neste ano.
Por outro lado, uma das lições que podemos aprender com as festas juninas é que se todos estiverem olhando e injetando dinheiro nos mesmos lugares, o mercado de eventos e marketing perde muito em termos de possibilidades, diversidade e inovação.
Se os números são tão impressionantes e continuam crescendo ano a ano, o que ainda mantém o olhar e o patrocínio tão presos ao eixo RJ-SP?
Essa é uma grande oportunidade para marcas estabelecerem conexões profundas e genuínas com o nordeste e o interior do país.
Cada arraial, em cada canto do Brasil, tem uma lição valiosa a oferecer. Quem tá fora quer entrar, e quem tá dentro não sai.