Fazer compras em Seul, capital da Coreia do Sul, é uma experiência por si só.
Ou melhor, sequer resistir à vontade de entrar em cada loja é quase impossível.
Principalmente se você estiver pelo bairro de Seongsu, o atual epicentro das lojas conceito e pop-up stores mais criativas da cidade.
É um passeio digno de estar nos guias turísticos.
Pelas ruas de Seongsu-dong
Como nos contou um taxista, Seongsu tem um ar de novidade que faz jus a sua história recente: um ex-reduto industrial que foi revitalizado nos últimos 10 anos.
Boa localização, aluguéis baratos e a chegada do público criativo é receita pra hypar lugares em qualquer canto do mundo.
Não à toa, ganhou o apelido de “Brooklyn de Seul”.
Caminhar pelo bairro é esbarrar com cafés hispters – muitos e muitos deles -, galerias de arte, restaurantes e, principalmente, lojas conceito e pop-ups.
Tudo com fila e expectativa nos olhos dos possíveis consumidores.
É um excelente termômetro das tendências que tomam Seul e que tendem a ecoar longe.
O paraíso das flagships

Cada marca que disputa o olhar do público parece apostar em experiências artísticas e interativas. E claro, brindes e eventos exclusivos.
É loja com espetáculo musical da Lush, marca de produtos de banho.
O cogumelo gigante que exala perfumes na Tamburins.
A fachada da Dior que virou ponto de foto.
Ou até uma loja da Marie Claire – sim, a mesma marca da revista.
E que tal uma pop-up do grupo de K-Pop QWER?
Todas muito bonitas visualmente e com staff atenciosíssimo.
Não é fácil não entrar em cada uma delas e perder horas e horas por aqui.
Mas nenhuma vitrine explica melhor esse novo capítulo do varejo do que o prédio da Gentle Monster.
Haus Nowhere Seul: arte, tecnologia e experiências de marca
O Haus Nowhere é uma daquelas experiências que nos faz repensar o que entendemos por “loja”. Inclusive, fizemos um vídeo sobre ela.
O prédio da Gentle Monster conta com espaços dedicados a cada marca do grupo: Gentle Monster (óculos), Tamburins (perfumes), ATiiSSU (acessórios), Nuflaat (utensílios de mesa) e Nudake (chás).
E todos existindo dentro de um mesmo universo narrativo.

O choque é logo na recepção com o Sunshine, este cachorro gigante que dorme na entrada e que representa uma linha de fragrâncias da Tamburins.
Os robôs em movimento e as instalações artísticas são atrações que te convidam a viver o espaço, não só ver produtos.
Mas a pegada futurista faz jus ao que está exposto nas prateleiras, com produtos dignos de ficção científica.
O storytelling é tão bem construído que você se pega fazendo parte da narrativa das marcas, sendo incentivado a testar os produtos, tirar fotos e, claro, sair de lá querendo pelo menos algum.
É quase uma galeria de arte. E, justamente por isso, funciona.
O que vimos em Seul é um sinal claro de como o varejo está se transformando.
Mesmo na era do consumo digital, Seongsu – e principalmente a Haus Nowhere – nos mostram o impacto das experiências presenciais.
Porque no fim, o que realmente compramos é a experiência de estar lá.
Não basta ser instagramável. Se essas lojas nos disseram alguma coisa, é que o varejo do futuro deve ser impressionante e memorável.