Amy Webb, a futurista número um dos brasileiros, apresentou a palestra de abertura no evento inaugural do SXSW Sydney, compartilhando sua perspectiva sobre tecnologias emergentes e impactos para a sociedade.
Tradicionalmente, Amy apresenta em Austin seu relatório anual de tendências tech. Apesar de encantar o auditório lotado do ACC, suas palestras no SXSW tendem a repetir-se em formato. Ela entra no palco sozinha, dá boas vindas ao público, faz uma graça com os brasileiros, se apresenta e explica seu método, lança o relatório de tendências do ano e escolhe duas ou três tendências para se aprofundar, analisando cenários – otimista e pessimista – e incluindo exemplos típicos de um episódio do Black Mirror.
Por isso, desde que ela foi anunciada como um dos keynotes do SXSW Sydney, a pergunta que não quis calar foi: o que será que ela vai trazer de conteúdo dessa vez?
Um formato diferente e ainda mais especial
A mais popular palestrante do SXSW foi a primeira dos cinco keynotes anunciada para a edição de Sydney.
Para a edição Ásia-Pacífico do South By, Amy Webb não subiu ao palco sozinha. Ela foi entrevistada por Adam Spencer, comediante, podcaster e celebridade local.
Adam é um veterano entrevistador e ele se preparou muito bem para a ocasião. Ele esteve em Austin em março e assistiu à palestra e ao lançamento do último relatório de tendências da futurista.
Em síntese, ele retomou tudo que Amy apresentou em março durante o SXSW, enquanto aprofundou e traduziu conceitos para a audiência de Sydney.
Tanto o formato como a experiência do entrevistador apresentou uma Amy um pouco diferente do que os brasileiros estão acostumados a ver em Austin: ela continuava super à vontade e dominando o palco, mas também estava mais relaxada e natural. Em dois momentos, Amy se perdeu nas próprias histórias tendo que pedir a ajuda do entrevistador para retomar a pergunta – para as risadas da plateia.
4 insights de Amy Webb durante o SXSW Sydney
Amy Webb abordou vários pontos durante sua apresentação no SXSW Sydney, desde a retomada do conceito Aiosmosis apresentado em Austin (que ela afirmou ser “um termo que criei, mas que não acabou colando”) até o suposto motivo pelas quais ela é tão admirada pelos brasileiros (“acho que é por causa do meu cabelo enorme e porque eles são mais calorosos que os britânicos”, respondeu brincando).
Esses foram os quatro insights que mais marcaram a sua apresentação:
- A evolução da internet de um modelo baseado em busca para interações mais conversacionais e centradas em informação, alterando a forma como obtemos informações. A forma como interagimos no Chat GPT e demais modelos de Inteligência Artificial Generativa já são um indicativo de como será o futuro das buscas. Mais fluída e dinâmica, menos estática e engessada.
- O potencial de novas tecnologias podem homogeneizar experiências e reduzirem opções caso não sejam desenvolvidas cuidadosamente. Ela citou como exemplo a música em serviços de streaming como o Spotify, em que mesmo quando estamos proativamente buscando novos artistas, ainda assim estamos fazendo isso em uma plataforma que nos oferece recomendações dentro de uma lógica algorítimica.
- Novas questões éticas emergentes em áreas como visão computacional e biométrica, que podem causar impacto em áreas que ainda não enxergamos, como a indústria da saúde. Ela citou exemplos de “deepfakes” médicos na reconstrução de memórias e também de pacientes que podem passar por tratamentos de quimioterapia sem terem um tumor, causando um sério problema de confiança em hospitais e laboratórios.
- Mudanças no mercado de trabalho com empregos impactados pela IA. Ela afirmou que muitos perderão o emprego, mas também muitos novos empregos deverão ser criados. Citou como exemplo a própria greve dos roteiristas dos EUA e o desejo de executivos de otimizar receitas, sem considerar que precisarão, na verdade, da formação de novos cargos e modelos de trabalho.
Outros insights importantes foram apresentados por Amy, incluindo exemplos e histórias vividas pela futurista ao longo deste ano. A maioria relacionados com a forma como a Inteligência Artificial impactará o mundo nos próximos anos.
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