Redefinindo as experiências imersivas

Delta Airlines Keynote na Sphere, durante a CES 2025. Experiências imersivas.
Crédito: Rank Studios / Divulgação Delta

 As experiências imersivas estão – mais uma vez – nos holofotes.

Não que tivessem saído da pauta dos criadores de experiências em algum momento nos últimos anos… Não à toa, uma das nossas Cápsulas mais acessadas do ano passado foi justamente sobre as experiências imersivas que vivemos em Londres.

Porém, 2025 começou com uma série de cases e anúncios que prometem transformar o panorama das experiências imersivas no entretenimento e também em eventos corporativos e de inovação

Na Cápsula de hoje, você confere algumas das experiências e tecnologias que estão redefinindo as experiências imersivas ao lidar com todos os nossos sentidos.

Sphere: um conceito de futuro ou uma extravagância de Las Vegas?

A Sphere foi atualizada.

Dois cases importantes tomaram o palco (e a tela) da arena em Las Vegas.

Anyma na Sphere em Las Vegas - Experiências imersivas
Crédito: Reprodução YouTube / Anyma

Primeiro, o Anyma, evento de música eletrônica produzido pelo selo Afterlife. 

Desde sua estreia, a Sphere enfrenta uma dificuldade operacional de receber atrações que atraiam um público mais jovem.

U2, Eagles, Phish… A curadoria da Sphere refletia o desafio de encontrar artistas que lotariam 20 mil lugares, que teriam disponibilidade para uma residência de meses em Las Vegas e que reduzem o risco do investimento milionário para cada apresentação.

Mas a festa eletrônica (na verdade, a experiência multissensorial) Anyma marca um ponto de mudança pro espaço. E mesmo que você não reconheça o nome, provavelmente deve ter visto alguma das projeções virais do evento nas redes sociais. Ou os memes que surgiram depois

A partir de agora, a arena que se posiciona como o futuro do entretenimento passa a dialogar com quem de fato está na linha de frente dessas inovações e, de quebra, passa a receber um público mais jovem.

Delta Airlines Keynote na Sphere, durante a CES 2025. Experiências imersivas.
Crédito: Rank Studios / Divulgação Delta

A CES 2025 também foi um ponto de virada pra Sphere e nos mostrou o que acontece quando experiências imersivas se encontram com o futuro das apresentações.

Durante a feira de inovação, a Delta Airlines fez um keynote em celebração aos 100 anos de marca de forma histórica na Sphere.

Foi uma iniciativa ousada e pra poucos: um projeto milionário, com 10 meses de preparação para uma keynote de uma hora e um time de altíssimo nível – nos bastidores, teve colaboração até da equipe que faz o Grammy; no palco, estrelas como Lenny Kravitz e Viola Davis também somaram à apresentação do CEO.

Pode parecer que esses exemplos estão distantes da realidade brasileira ou até de outros grandes players internacionais.

Porém, o mais relevante aqui não é pensar em como escalar várias Sphere pelo mundo hoje. É entender que as mudanças e inovações que estão acontecendo neste espaço podem ser faíscas para novas possibilidades criativas de experiências em espetáculos musicais e até keynotes corporativos em menor escala.

Olha só a mini Sphere do Luan Santana no interior de São Paulo, por exemplo…

Não é só sobre o visual: e os outros sentidos?

Se a tela do Sphere tem o fator “wow” até hoje, outros avanços tecnológicos recentes apontam para mudanças impressionantes nas experiências multissensoriais. 

Com o olfato, tivemos o anúncio recente da Sony durante a CES 2025: jogadores de videogame poderão sentir o cheiro dos jogos.

O Future Immersive Entertainment Concept (FIEC) – Conceito de Entretenimento Imersivo do Futuro, em português – une mega telões de LED, aromas, sensores hápticos, sonoridade e outras tecnologias para imersão nos jogos de PlayStation.

Como o próprio nome diz, este é um projeto-conceito, (ainda) não é uma tecnologia simplificada para chegar ao sofá de todos os gamers. Mas, novamente, são sinais importantes que nos mostram para onde as experiências estão caminhando.

Já com o tato, seguimos acompanhando o avanço dos sensores hápticos. Você lembra do HoloTile? Há um ano, a Disney apresentou o piso que simula a caminhada sem a pessoa sair do lugar. Essa tecnologia avança em largos passos (não resistimos ao trocadilho) .

Na audição, temos cases como o Polygon LIVE – um festival que se autointitula “a experiência sonora 360° ao vivo mais imersiva do mundo”. Curiosidade: eles também estão fazendo estudos para incorporar sensores hápticos e aromas à experiência. 

Deu pra notar que tudo vai se conectando, né? 

O futuro das experiências imersivas está em curso – e se transformando numa velocidade cada vez mais acelerada. 

Como criadores de experiências, nem sempre temos orçamentos milionários ou meses de preparação. Mas a chave é olhar pro lado, acompanhar os movimentos de mercado, se inspirar e perguntar: como eu posso aplicar essas tendências na minha próxima experiência? 

O Luan Santana tá aí de exemplo. Roube como um artista.