Viagens e eventos: negócios, lazer ou ambos?

Visão do aeroporto SDU no Rio de Janeiro. Viagens e eventos.
Foto: Marcos Vinicius do Vale / Unsplash

Viagens e eventos nunca estiveram tão interligados. 

Aliás, é a nossa vida como nômades desde 2017 (sete anos voam!). Nosso calendário profissional é definido ora pelos eventos PJ, ora pelos festivais PF.

Viagens a negócios fazem – e continuarão fazendo – parte da estratégia das empresas. Isso inclui a participação em eventos corporativos, feiras e conferências. 

Se pensarmos no SXSW, mais de 100 países foram representados pelos participantes na edição de 2023. Já na estreia do Web Summit Rio, recebemos pessoas de mais de 91 países no Brasil. 

Essa aderência global aos eventos de negócios não acontece à toa. 

Profissionais afirmam que viagens a negócios valem muito a pena (48%), segundo o GBTA Business Travel Index de 2023.

E quando falamos de lazer, quem nunca programou uma viagem tendo como destino um festival de música?

Megafestivais de música atraem pessoas do mundo todo, o que fica claro nas bandeiras levantadas no Glastonbury ou Tomorrowland, por exemplo. “Festival destination” é o termo já utilizado pela indústria do turismo para explicar o fenômeno.

No mundo dos negócios, uma expressão mais recente vem ganhando força: “Bleisure”, termo que representa a combinação de viagens a negócios (business) e lazer (leisure). Esse é um assunto que mapeamos em nosso relatório de tendências em experiências para 2024 e que só tende a crescer este ano. São viagens a negócios para eventos ou reuniões, estendidas para o turismo.

Pense no exemplo: aproveitar a viagem pro Web Summit Lisboa e conhecer uma vinícola ou surfar nas praias do Algarve como extensão.   

O início do ano é o momento em que as pessoas estão planejando suas viagens a negócios, lazer ou uma combinação dos dois. 

E se você é um designer de experiências, é crucial considerar o impacto que as novas relações com viagens tem na organização do seu evento.

Seguem alguns aspectos que vale prestar atenção. 

Inteligência artificial como novo guia de viagens

Ela de novo, mas por um motivo importante.

23% das pessoas já estão usando inteligência artificial para ajudar na criação de roteiros de viagem, segundo pesquisa da Design Hotels em parceria com a SOON Future Studies. 

Mas o uso da inteligência artificial vai além da personalização pessoal. Ela pode ser uma ferramenta poderosa no planejamento do evento em si, seja sugerindo trilhas para os participantes, realizando curadorias personalizadas ou ainda criando resumos de palestras.  

As pessoas vão para o seu evento, mas elas podem (e irão) viver o destino para além dele

festivalização do turismo também é uma tendência que destacamos na apresentação de oclb Talks que comentamos anteriormente. 

Já há alguns anos, maioria das pessoas que vai ao Rock in Rio não é do Rio, e a maioria dos que vão ao Lollapalooza São Paulo não moram também na cidade. 

Participar do SXSW, por exemplo, é uma oportunidade de explorar Austin. Assim como quem viaja pro Festival de Verão de Salvador, vai também para aproveitar a cidade.  

Pense em como o seu evento pode dialogar com a cidade em que será sediado e como as pessoas viverão essa jornadas antes, durante e depois dele.

E a sustentabilidade, hein?

Fato: viagens representam uma ameaça para eventos que desejam ser sustentáveis. Iniciativas como as do novo festival do Massive Attack, que postamos lá no nosso Insta, apontam sinais para o futuro do setor.

Eventos virtuais podem ajudar a reduzir os impactos das emissões de carbono, principalmente de viagens de avião, mas é preciso reconhecer que as pessoas ainda encontram nos eventos presenciais formas únicas de gerar conexões. 

Então, se ainda não encontramos uma possibilidade de futuro em que eliminamos viagens para eventos, devemos pensar em alternativas que possam reduzir este impacto negativo.

Há conversas sobre a implementação mais ampla de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), iniciativas que oferecerem o transporte coletivo gratuitamente para os participantes ou estimulam o uso de bicicletas…

Mas esse papo é bem complexo e ainda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido (voltamos nele em outra cápsula). 

Por enquanto, o mais importante é termos consciência das mudanças em curso quando desenhamos experiências. Concorda?

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