Dudu Paes (prefeito do Rio) quer liberar geral pra gente curtir o Carnaval mais intenso das nossas vidas, Olinda também já anunciou a melhor festa carnavalesca já vista. Em Curitiba, shows e casas noturnas começaram a ser liberadas.
Além de já estarmos vendo essa retomada dos eventos presenciais, agora três capitais do Brasil (Rio, SP e Florianópolis) já começaram a discutir a suspensão do uso de máscaras. Apesar disso, um estudo da CNN (Confederação Nacional de Municípios) aponta que quase 100% das cidades brasileiras vão manter o uso obrigatório (por hora).
O podcast Cafe da Manhã (da Folha) liberou um episódio na semana passada que fala sobre como Portugal, o país mais avançado nas vacinações contra o Covid-19 na Europa, já está com a vida voltando à normalidade…. um abraço de acolhimento, não é?
Mas, será mesmo? Embora haja motivos para comemorar (nossa hora vai chegar!), pelo menos por aqui não acreditamos na “volta ao normal”. Acreditamos em uma “nova realidade”, onde nós, enquanto sociedade, devemos primeiro reconhecer o fato de termos sofrido um trauma coletivo de altíssimo nível de stress (e que envolve perdas, lutos, mudanças de vida etc).
Após encararmos essa realidade no espelho, reconhecendo que estamos ainda longe de podermos chamar essa situação de “normal”, aí então vem a hora de re-aprendermos a calibrar nossos medos, expectativas e anseios de voltarmos a nos aglomerar e participar de eventos e encontros sociais. Essa situação é o que os psicólogos vêm chamando de ansiedade social – um medo ou desconforto de estar em lugares em que você vai precisar interagir com as pessoas.
Sabendo que muita gente pode estar nessa situação de não saber como se portar em um evento no pós pandemia (dois beijinhos? cumprimento de longe? aperto de mãos?) separamos 5 dicas para você se preparar pra encarar esse momento da forma mais natural possível.
1– Lembre que as palavras-chaves são confiança e segurança
Qualquer encontro hoje, de uma festa de aniversário a uma reunião de trabalho presencial, os organizadores devem focar em passar segurança e confiança a seus participantes, isso vem em primeiro lugar! Essas palavras devem ser o norte e a estrela guia de qualquer possibilidade de encontro social.
Dica: dê preferência por lugares abertos e com vasta circulação de ar.
2- O combinado não é caro
É preciso lembrar que um evento começa bem antes de sua realização. O comunicado sobre ele já está valendo! Por isso, todos os encontros devem ter “regras claras” de convivência.
O que está sendo feito para garantir a segurança das pessoas? Como isso está sendo comunicado? Quais são os acordos que as pessoas devem seguir para participar? E no caso de alguém furar o combinado, o que será feito?
Dica: não adianta ser duro na teoria e mole na prática. Quem não obedecer o combinado, deve ficar de fora dos seus encontros pela segurança e confiança de quem seguiu as regras, afinal, o combinado não é caro!
3- Devagar e sempre
Embora diversas regiões já estejam flexibilizando suas regras para eventos e encontros, e apesar do Brasil ter alcançado a meta mínima de vacinação estabelecida pela ONU, ainda falta muito pra chegarmos no cenário ideal. Além disso, nosso instinto de sobrevivência é maior que o nosso desejo de voltar a nos aglomerarmos em um show.
É um processo, a gente vai reaprender a “relaxar” em grupo. Vão rolar várias situações desconfortáveis, abraços esquisitos, beijinhos de máscaras…. então, como diria Paulinho da Viola, “faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar“.
Vamos devagar e sempre, é preciso aprender a andar antes de voar. Ria das situações embaraçosas, não se leve a sério demais.
4- Estabeleça o uso de sinais
Essa dica circulou na rede e é bem interessante de implementar, porque respeita a individualidade de cada um. Funciona assim: no seu próximo encontro, distribua adesivos ou pulseiras de cor verde, amarelo e vermelho.
Verde: estou à vontade para abraços e interações sociais (já tô com roupa pra ir na festa!)
Amarelo: não quero abraços, ainda me sinto desconfortável de voltar a reencontrar pessoas, mas você pode me tocar (com cuidado!)..
Vermelho: estou ainda me sentindo ameaçado(a)(e) e fragilizado(a)(e), por isso, por favor não me abrace ou me toque.
Cada um deixa claro o seu estado de espírito e, com isso, evitamos desconfortos sociais. Simples, divertido e eficiente.
5- Ressignifique os encontros
Se tem uma coisa que esse tempo de distanciamento nos ensinou é que podemos realizar muitas das atividades que antes pensávamos ser impossível sem a necessidade de um encontro presencial.
Essa é A HORA para ressignificar encontros e eventos. Ou será que todo mundo aí está morrendo de vontade de participar de reuniões de trabalho que poderiam ser um email ou uma rápida chamada telefônica?
Questione os convites que recebe. E fique tranquile para negar o que não se sentir confortável. Nós mesmos, por aqui, já recusamos convites para palestrar em eventos que exigiam a nossa presença física. Diga: “Muito obrigado, mas não, ainda não nos sentimos confortáveis para participar do seu encontro presencial”.
Se você organiza eventos e encontros, também vale se questionar se suas próximas produções devem mesmo seguir o modelo pre-pandemia. Não existe melhor oportunidade para dar uma nova direção para o seu evento.