SXSW 2022: 4 insights que aprendemos no maior festival de inovação do mundo

SXSW 2022. Foto: Lauren Hartmann / Divulgação SXSW
Foto: Lauren Hartmann / Divulgação SXSW

O SXSW voltou com a intensidade que é a cara de 2022. Depois de dois anos sem acontecer em sua versão presencial, por conta da pandemia, vem trazendo uma porrada de tendências de explodir a cabeça, para variar. 

As “buzzwords” que todo mundo fala, mas ninguém sabia explicar (alô, NFT, Web3 e metaverso?), foram finalmente desmistificadas por quem entende de verdade. 

Além disso, outros temas que pareciam batidos, como as fake news e o dilema das redes, voltaram à tona com uma nova lente.

É a “repercepção” que nos chama, para usar o termo da futurista quantitativa Amy Webb, um dos destaques da programação.

“Não é sobre prever o futuro, mas sobre lidar com a ambiguidade e incerteza para tomarmos melhores decisões hoje”, disse ela em sua palestra. 

É nesse contexto de reencontro, mas ainda ambíguo, que o festival SXSW 2022 trouxe algumas certezas, muitas especulações e algumas perguntas ainda sem resposta. 

Com base nisso, confira 4 insights que captamos no festival South by Southwert até agora. 

1 – Metaverso e Web3

O metaverso e a Web3 ocuparam uma parte considerável da programação. Futuristas, gamers e empresas de mídia projetaram uma realidade híbrida, onde levaremos a vida física para o digital.

Houve quem disse que faremos tudo em ambientes virtuais: compras, sexo, reuniões e exercícios. 

“Teremos um único ID digital interoperável para verificar nossa identidade em todos os ambientes virtuais”, projetou Sandy Carter, uma das top 10 blockchain influencers do mundo. 

“Apresentaremos diferentes versões de nós dependendo das circunstâncias”, acrescentou Amy Webb.

Porém, também houve quem disse que o metaverso não tem nada de tão inovador assim, e que a Web3 só vai concentrar mais poder nas mãos de quem tem mais ativos virtuais. 

“Nada contra os ultra ricos que estão concentrando este mercado. Mas não se enganem, não há nenhum poder para as pessoas na Web3, mas apenas um novo tipo de concentração de mercado”, disse o empreendedor serial Scott Galloway.

2 – Morte às redes sociais (ou pelo menos ao Facebook)

Não faltou gente para falar de desinformação na internet, extremismo e práticas duvidosas do Facebook. O destaque foi para a Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, que denunciou a empresa para a imprensa e o congresso americano.

“Descobrimos que os algoritmos estavam fazendo com que as ideias mais extremas tivessem o maior alcance”, contou ela na sua palestra. “O Facebook não é uma empresa inovadora. Eles só adquiriram empresas interessantes, como o Instagram, e copiaram recursos de outras”, acrescentou o ex-presidente da Nintendo, Reggie Fils-Aimé

Isso sem falar nas palestras enaltecendo o TikTok e outras plataformas sociais (inclusive de games), que estão atraindo muito mais usuários que a Meta. 

O Mark Zuckerberg até tentou jogar purpurina no metaverso em seu painel, mas acabou só repetindo o papo de conectar o mundo (#cansado).

3 – NFTs estão em alta, mas em xeque também

Se você está pensando em comprar um GIF de um gato na internet, talvez seja hora de esperar um pouco. 

Embora haja muito potencial para a comunidade artística e creators com as NFTs, trazendo um novo modelo de monetização, ainda não há consenso sobre o quão escalável essa tecnologia será no curto prazo. 

 “Não vejo colecionáveis digitais e NFTs como tendências tão longevas. Eles são valiosos apenas pela escassez neste momento. Claro, NFTs são divertidas e dão um passo em direção a uma nova infraestrutura de web, mas vão saturar muito rápido”, argumentou Amy Webb. 

Realmente, o preço médio de um NFT caiu 50% desde novembro. Resta acompanhar se os NFTs irão sobreviver ao hype. 

4 – Alerta para a saúde e direitos humanos

E já que vivemos em 2022, é impossível ignorar o caos da Guerra da Rússia e o trauma da crise de saúde que vivemos recentemente. O SXSW trouxe várias questões urgentes para os direitos humanos.

Nos primeiros dias, o destaque foi para a Alexis McGill Johnson, Presidente da Planned Parenthood Federation of America, que tem lutado para derrubar leis anti-aborto nos Estados Unidos – onde uma penca de leis desse tipo vêm sendo aprovadas, inclusive no Texas. 

Outra boa surpresa foi a palestra com o CEO da Pfizer, Dr. Albert Bourla. Ele contou bastidores sobre o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, em tempo recorde, e dos avanços que veremos na indústria farmacêutica a partir dele.

“Veremos uma renascença da ciência na próxima década. Se até agora não tínhamos soluções para algumas doenças, como câncer e doenças cardiovasculares, agora vamos encontrá-las com muito mais facilidade”, finalizou.

Bom, ficamos no aguardo!

Estes foram nossos primeiros insights do festival. Independentemente da margem de erro das tendências levantadas, vale acompanhar estes temas no SXSW e ao longo do ano. 

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