O C2 Montreal é um festival de inovação sem igual. Ele é único em sua forma e conteúdo, além de ser um destino obrigatório para designers de experiências e quaisquer profissionais que atuem nas áreas da cultura e economia criativa.
Estive lá pela 1ª vez, representando øclb, uma das 7 empresas selecionadados como parte da Missão Creative SP, organizada pela Secretaria de Cultura de SP em parceria com a Invest SP e a Câmara de Comércio Brasil – Canadá.
Quando afirmo que o C2 é sem igual, é a mais pura verdade. Ele é diferente dos principais festivais de inovação do mundo, SXSW e Web Summit, que deram origem a vários outros.
É diferente do SXSW, que é um festival muito maior, mas igualmente passivo – por vezes bem tradicional – na forma de apresentar seus conteúdos.
Também é diferente do Web Summit, que apesar de receber milhares de palestrantes, não passa de uma grande feira de expositores que se apresenta como a maior conferência de tecnologia do planeta (e é verdade, pelo menos no ocidente).
O que o C2 tem de único é o seu foco na experiência, dos detalhes da cenografia ao design de som e luz, passando pelas formas criativas como a organização estimula a interação entre os participantes.
C2 Montreal – design centrado no usuário na real
O C2 Montreal foi o festival de inovação e criatividade que mais conheci pessoas em curto espaço de tempo (3 dias).
Também foi um dos eventos de negócios que mais encontrei profissionais que atuam no setor de eventos e design de experiências (#ficadica)
Tudo isso graças ao C2 Braindate.
O Braindate é uma poderosa ferramenta de conexão e networking que permite qualquer participante do evento criar seu próprio encontro temático, além de convidar outras pessoas com interesses afins para participar de uma conversa em grupo ou individual.
Imagine só.
Você é um especialista em _______ (preencha esse espaço com a sua especialidade). Você também acabou de chegar no C2 Montreal, não conhece ninguém e só tem três dias para se conectar com pessoas, preferencialmente da sua área ou com interesses afins que os seus.
O Braindate funciona assim: você acessa a programação do site do festival chamada Braindate, cria um título (ex: “Apaixonado por festivais? Vamos conversar sobre o futuro desse mercado”) e seleciona se quer conversar individualmente (solo) ou em grupo (até 5 pessoas).
Pronto, agora é só esperar as pessoas que se interessam pelo tema irem lá e confirmarem presença. E elas vão, acredite. A organização do C2 ainda reserva uma área com sofás, mesas, cafés e chás à vontade só para organizar esses encontros.
Participei de dois braindates no 2º dia do C2, um com o tema “Eventos de Impacto, o futuro dos eventos pós-pandemia” (em grupo), e outro com a estrategista Mahogany James, fundadora da empresa Events Specialists Inc.
Tive a oportunidade de conversar com profissionais inspiradores, me conectar com uma Coreana (uma bem-vinda guia quando for viajar para lá) e ainda contribuir com uma perspectiva pessoal para pessoas que atuam nas mesmas áreas que eu.
O Braindate foi o principal destaque do C2 segundo o grupo que participou da Missão Creative SP. E quer saber? As palestras criadas pelos participantes para o Braindate também foram de longe bem mais interessantes que as promovidas pela organização do festival.
A critividade não pára por aí – conheça o C2 Labs
Se os braindates foram unânimes em elogios, também foram os C2 Labs, parte da programação do C2 Montreal que coloca as pessoas como protagonistas de suas proprias experiências.
Explico.
O C2 Labs são atividades interativas, em que os participantes do festival são convidados a fazer parte de uma história, tendo como guias facilitadores de conexões.
Explico melhor.
Havia quatro experiências do C2 Labs. Umas eram individuais, outras em grupos de não mais que 7 ou 8 pessoas. Todas as experiências eram assinadas por grupos de profissionais criativos, storytellers e artistas.
Participei de dois C2 Labs.
No primeiro, chamado “The Sleepwalker Corridor”, me vestiram uma fantasia de espuma colorida (bem Carnavalesca). Em seguida, um instrutor me explicou o que fazer. Ele me disse para colocar um véu semi transparente em frente aos olhos, um fone de ouvido e pediu para que eu seguisse as instruções vindas de uma gravação. Tudo isso, caminhando bem devagar pelo corredor do hotel.
O corredor estava cenografado com objetos e o locutor narrava uma história, conduzindo-me passo a passo. No final, retornei ao ponto de partida, deitei-me em uma cama, fechei os olhos (ainda seguindo as instruções) e “acordei”.
O “Corredor do Sonâmbulo” foi uma experiência intimista e individual, que agradeci por ter sido a 1ª coisa que fiz no C2 pois ela me sensibilizou para tudo que viria em sequência.
A segunda experiência do C2 Lab se chamava “Utopia”. Nela, em grupo eclético de Canadenses e Americanos (e eu) reuniram-se com para uma co-criação, com o objetivo de imaginarmos respostas para alguns dos principais problemas do mundo.
Para isso, nós precisávamos chegar a um consenso para escolher objetos e placas de palavras espalhadas em um quarto. É difícil explicar, mas foi um dos exercícios de empatia mais incríveis que participei.
Ao final desse C2 Lab, que levou cerca de 45 minutos, fiz mais conhecidos, alguns contatos importantes que dificilmente conheceria se estivesse sentado numa sala assistindo palestras.
Cenografia criativa, imersiva e sensorial
O C2 Montreal foi criado pelo Cirque Du Soleil em parceria com a agência global de publicidade Sid Lee. Duas empresas canadenses que são referência em criatividade.
Por isso, além de estimular o engajamento de seus participantes, o C2 apresenta uma cenografia inspirada na linguagem do Circo, com uma iluminação e sonorização de altíssima qualidade.
Cada detalhe da cenografia é cuidadosamente pensado para estimular ainda mais as conexões e ideias (algumas dessas ideias excutadas em edições passadas do C2 você confere aqui)
Antes de cada palestra, um verdadeiro show de luzes e música acontece em cada palco do festival. Um desses, chamado Cabaré, as pessoas sentavam-se em mesas redondas, como se estivessem em um casamento ou um imenso bar. Havia mais pontos de luz que consegui imaginar, plantas e um microfone que circulava entre os participantes em forma de um dado colorido de espuma. Tudo muito lúdico e divertido.
Essa proximidade e ambiente informal estimulava ainda mais a conexão entre seus participantes.
Nem tudo são flores no C2 Montreal 2022
Ao longo de muitas conversas com profissionais e com representantes da assessoria de imprensa do C2, descobri que a edição 2022 aconteceu em uma data, local e formato diferente dos anos anteriores.
Todos disseram que essa foi uma edição bastante diferente e reduzida em comparação com outros anos.
A crítica principal foi com relação a escolha do local, o hotel Fairmont Queen Elisabeth, que fica no centro de Montreal. Veteranos do festival estavam inconformados com o C2 acontecer em um hotel. “Nos anos passados, uma verdadeira vila era construída para o C2, e como o evento acontecia na abertura do verão, muitas das atividades eram a céu aberto. Agora, virou mais uma conferência de hotel”, um deles me disse.
Escutei de uma pessoa que a escolha do local foi política. Um grupo de investidores chineses comprou a agência Sid Lee, e uma das imposições foi que o C2 acontecesse naquele local nesse ano pois eles teriam feito também investimentos em imóveis da região.
Outra pessoa com que conversei me justificou as mudanças dizendo que o governo do Canadá foi um dos mais duros no combate contra a Covid, e que eles só tiveram a autorização para o retorno presencial do C2 muito tarde. Tudo teve que ser feito às pressas e em um modelo mais intimista em comparação aos anos passados.
De fato, o C2 revelou sua programação somente uma semana antes de começar. E, pela primeira vez, não tinham um aplicativo para navegar pela programação. E como fizeram essa edição no final do verão canadense, os três dias de C2 foram “presenteados” com muita chuva e frio.
Apesar dos pesares, o festival me deixou uma excelente impressão. Se foi bom assim desse jeito, imagina em sua plena potência?
O C2 Montreal já anunciou suas datas para 2023, de volta ao início do verão na América do Norte, entre os dias 24 e 26 de maio (o skatista Tony Hawk é o primeiro palestrante confirmado).
Do lado de cá, já estamos com roupa de ir em 2023.
É um evento que tem tudo a ver com criadores de experiências de todos os tipos: produtores de eventos, criativos de agências de live marketing, designers, estrategistas e planejadores. Uma experiência que vale o bis.
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øclb journey SXSW 2023, Austin, Texas
Enquanto não chega o C2 Montreal, você pode se programar para participar com a gente do maior festival de inovação do mundo, o South By Southwest (SXSW).
Participe do maior festival de inovação do mundo como especialista.
Se você nunca viveu a experiência SXSW, acredite… Faz TODA a diferença investir em guias especializados com mais de 10 anos de SXSW e que são curadores de empresas como a Globo e o Itaú.
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