Após a crise do Web Summit instaurada em 2023, que resultou na demissão e retorno de seu fundador e CEO Paddy Cosgrave, a edição de Lisboa voltou em 2024 em plena potência.
Ou quase.
Os números do Web Summit Lisboa 2024
Embora alguns dos indicadores sobre o evento divulgados ano passado não sejam os mesmos deste ano, ainda assim é possível observar uma tendência de crescimento:
Participantes
2023: 70.236 (de 153 países)
2024: 71.528 (idem)
O evento anunciou o esgotamento dos ingressos na noite de abertura.
Expositores
2023: 2.608 startups + 321 parceiros (2.929 no total).
2024: 3.050. O evento informou apenas o número total, sem distinção (saiba mais sobre este ponto logo abaixo)
Dos mais de três mil expositores, a Inteligência Artificial representa o segmento tech de maior representatividade, com um crescimento na ordem de 16% comparado com 2023.
Delegações comerciais
2023: 32 (não foi informado de quantos países)
2024: 62 (representando 36 países, sendo os maiores em quantidade de representantes a Alemanha e o Brasil).
A crise parece persistir entre patrocinadores
Embora o Web Summit estivesse cheio o tempo todo, continuamos observando a ausência das big techs nesse ano entre os expositores da feira.
Executivos da Meta, Apple e Microsoft voltaram a fazer parte da programação de palestrantes do festival, que neste ano contou ainda com estrelas como Pharell Williams em conversa com o CMO da VISA.
Mas parece que a crise que começou com um boicote em massa de patrocinadores da edição de 2023 ainda vem impactando a área comercial do Web Summit.
Verdade seja dita: no lugar das big techs, os países e suas delegações foram as estrelas dessa edição entre os expositores.
Destaques para:
O pavilhão do Qatar, que montou um estande lindo (e com muito investimento), incluindo uma artista que fazia uma tatuagem pintada nas mãos dos participantes, e outro que presenteava as pessoas com uma obra de arte em caligrafia. Vale lembrar que o Qatar é a casa mais recente do Web Summit, ganhando sua primeira edição este ano.
O estande duplo da APEX Brasil, que deu uma aula em sustentabilidade com uma cenografia impressionante, cujo principal material utilizado foi papel cartão. Na lateral de um dos estandes, startups de empresas brasileiras expunham seus produtos, quase todos greentech. Orgulho.
O espaço da Alemanha, que mais uma vez, trouxe o seu conceito de “parque“ com direito a plantas, balanço, café, jogos e até barulhos de passarinhos “artificiais”. O espaço era aberto, sem paredes, o oposto de estandes tipo “caixa fechada” – uma das tendências em estandes que destacamos para 2024.
Um novo tempo para um novo festival
Sem muito alarde, no meio de 2024, o Web Summit mudou de posicionamento.
O evento, que antes se apresentava como “o maior encontro de inovação e tecnologia do mundo”, agora carrega uma nova missão: “criar conexões e comunidades significativas para os participantes”.
As tracks também estão de cara nova.
Foram 15 trilhas temáticas nesta edição, todas com nomes mais objetivos e terminadas em summit: creative summit, AI summit, corporate innovation summit, marketing summit, entre outras.
Bem melhor que nomes usados no passado como Panda Conf (para marketing) ou Fourth State (para imprensa).
Outra importante ausência entre as trilhas se fez notar. Planet:Tech, a trilha voltada para discussões ambientais, acabou e não virou nenhum summit. Sinal dos tempos? Ou um assunto tão importante que deve ser transversal a todas as demais trilhas?
O conteúdo importa?
Escrevemos um artigo inteiro sobre esse tema na Cápsula (a newsletter do oclb para criadores de experiências – assine aqui).
De fato, o conteúdo importa. Ele continua sendo a principal razão pela qual as pessoas compram ingressos para um festival, seja ele de tecnologia ou de música.
Porém, sabemos que quando se está lá dentro, no meio da feira (ou da pista), os planos mudam.
Principalmente depois de dois anos de pandemia e um experimento forçado de socialização virtual, o encontro presencial, o abraço, o aperto de mãos e o olho no olho voltaram a ser aspectos super valorizados em eventos.
Por isso, provavelmente o grande acerto deste ano do Web Summit não foi a sua curadoria de palestrantes ou estandes de expositores da feira. Não foi a IA (que continua onipresente) ou o recorde de público.
O grande destaque desse ano foram os Meetups, encontros temáticos de comunidades disponíveis no aplicativo do evento. Havia desde encontros de CEOs de São Paulo a mulheres fundadoras de startups, pessoas neurodivergentes e participantes cariocas.
O conteúdo nunca foi mesmo o forte do Web Summit, um evento cujo design é pensado para o relacionamento comercial.
Para esta edição portuguesa, também tomaram a decisão de voltar com a transmissão aberta do Center Stage em seu canal do YouTube (que ficou de fora no último Web Summit Rio). Mais uma oportunidade de ver o conteúdo depois e se dedicar às conexões durante o evento.
E se relacionamento é o foco, essa edição foi muito feliz na decisão de criar espaços físicos e intencionais para esses encontros acontecerem.
Mais que isso: colocar na mão dos seus participantes a possibilidade de criarem os seus próprios espaços de trocas e conexões.
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