O que The Last of Us nos ensina sobre experiências imersivas?

Divulgação / HBO

O sucesso da série The Last of Us, lançada mês passado pela HBO, vem chamando a atenção do público, da crítica e com a gente não foi diferente. 

A série é uma adaptação da franquia homônima de jogos desenvolvida pela Naughty Dog para o PlayStation. Desde a sua estreia, já se tornou a segunda produção mais assistida no serviço de streaming americano, e ficou por semanas nos trending topics das principais redes sociais, como Tik Tok e Twitter

Mas o que a série nos ensina sobre gerar experiências de sucesso? Podemos dizer que o design de experiência que mexe não só com a curiosidade, mas também com a emoção do público, tanto no digital como na vida real, tem um enorme peso nisso. Como chegamos nesta conclusão? Segue o fio…

The Last of Us e sua arma (nem tão) secreta: o storytelling

Muito além de um bom roteiro e personagens intrigantes (não vamos dar spoiler, mas se quiser saber mais sobre a série, clique aqui), o projeto de adaptação do game para o streaming conseguiu amarrar o contexto e transformar a história em uma experiência tangível para o público.

Em uma imersão real e emocionante, a produção traz, por exemplo, os mesmos atores que inspiraram a criação dos personagens do jogo na série. Sem contar a recriação de cenas e cenários detalhadamente fiéis à produção original. 

Inspiração pura sobre como usar o storytelling para criar experiências diversas, mas com uma narrativa consistente: a marca não se perdeu entre um formato e outro.

A campanha de lançamento que virou uma “conversa íntima” com os fãs do game e da série

Créditos: Divulgação HBO

Para o criador do videogame e da série, Neil Druckmann, permanecer fiel ao IP do jogo era uma prioridade. Para isso, foi construída uma estratégia promocional de dois anos dirigida pela vice-presidente de marketing da HBO, Emily Giannusa.

Entre elas, inúmeras ativações experimentais, digitais e sociais; pílulas de conteúdos para alimentar o frenesi dos fãs; e uma estratégia de escuta sempre ativa com o público.

Exemplo disso foi uma série de seis exibições em Nova York, onde influenciadores e fãs VIP embarcaram em uma experiência imersiva no cenário com pouca iluminação e assustadoramente apocalíptico criado para o lançamento.

A experiência no cinema permitiu que os participantes interagissem com vários personagens, explorassem objetos particulares do jogo e, após a exibição, comessem comida e bebida com tema de cogumelo – uma referência às criaturas parecidas com zumbis que fazem parte da história e que são infectadas pelo fungo mutante Cordyceps.

O tema do evento foi inspirado em uma frase marcante do universo The Last of Us: “Quando você estiver perdido na escuridão, procure a luz”. 

“A experiência foi divertida e exploratória. Todos sentiram que tinham um papel a desempenhar. Muitos de nossos fandoms querem fazer parte de nossas histórias e dos mundos ricos que construímos. E demos às pessoas a oportunidade de fazer isso. Transformar uma exibição em um teatro exploratório e imersivo, pelo qual 1.500 pessoas podem assistir antes da estreia de um programa, foi muito gratificante e legal de ver.”Emily Giannusa

E não parou por aí: rolou também experiência fotográfica com um “infectado” preso a uma parede falsa, construída a partir das mesmas digitalizações 3D usadas na série; toques de abandono e destruição, como assentos do cinema infestados de fungos Cordyceps e um lustre caído; além de  adereços como a mochila da personagem Ellie e um scanner de infecção por Cordyceps.

Créditos: Divulgação HBO

Esta experiência 100% imersiva, em conjunto às demais ativações da marca, foram decisivas para catapultar a estreia da série aos trending topics das redes. Os próprios fãs se sentiram parte da narrativa criada por The Last of Us.

O que os criadores de experiência podem aprender com The Last of Us?

A mega produção é a prova de que a Economia da Experiência, que já falamos muito por aqui, não é mais uma tendência e, sim, uma realidade. Na era do virtual, do metaverso, dos games, o imaginário dos criadores de experiências pode ir além e até mesmo romper a barreira da “fantasia” –  se estendendo ao mundo físico, onde as emoções humanas realmente estão. Esse mix de realidades chamamos de experiências híbridas

A combinação de tecnologia e histórias cativantes fideliza o público, e a cereja do bolo sempre será a maneira como a sua marca/evento tocará as pessoas a ponto de ganhar um espaço em suas memórias. 

Para isso, The Last of Us utilizou da identificação com o público, trouxe as pessoas para dentro da sua história e tornou-se mais que uma série lançada em um streaming famoso. É uma experiência vivida e comentada dentro e fora da internet. 

Outras experiências imersivas do audiovisual que você pode se inspirar

Secret Cinema é um projeto que convida amantes de cinema a re(viver) histórias épicas como personagens ativos, em locações e roteiros reais. Os participantes podem construir novas narrativas para a mesma história, de maneira que não existem duas experiências iguais.

Também tem a experiência imersiva criada pela Disney e FanLab na estreia do filme “Avatar: O Caminho da Água”. Através de QR Code, disponível em cinemas e lojas, os fãs puderam acessar uma experiência de realidade aumentada que levava para trailers exclusivos ambientados em 3D.

E mais: a Netflix promoveu experiências imersivas que simulavam as provas um tanto assustadoras da série Round 6. Você encararia?

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