5 tendências para o futuro dos festivais

tendências pro futuro dos festivais
Alexander Popov / Unsplash

Apesar da pandemia ainda não ter acabado, alguns eventos já estão retomando as suas edições presenciais. Além disso, muitos aprendizados que foram adquiridos durante o período de isolamento vão ditar o modo como os festivais serão produzidos daqui pra frente.

Listamos cinco tendências para o futuro dos festivais que você precisa ter no seu radar. Se liga:

1 – Uso de criptomoedas e tokens virtuais

Não é de hoje que se fala em criptomoedas, mas essa forma de pagamento virtual está cada vez mais em alta e agora também é uma tendência entre os festivais. 

O Untold, um dos maiores festivais de música eletrônica da Europa, já está surfando nessa onda. Para a edição de 2021, que vai acontecer na Romênia, já é possível adquirir ingresso usando Elrond eGold (EGLD) – uma das várias criptomoedas existentes.

Já o Mystic Valley, um dos maiores festivais de música da Tailândia, tem planos de criar o seu próprio token de pagamento e fazer todo um evento sem a circulação de dinheiro. Uma das razões é minimizar o contato entre as pessoas, justamente em função da pandemia da Covid-19.

Os participantes poderão comprar uma certa quantidade dessa nova moeda para realizar todas as transações financeiras durante o festival, da praça de alimentação à lojinha de merchandising. O que não for utilizado é reembolsado depois, também de maneira eletrônica.

Aqui no Brasil, o Rock in Rio já anunciou que vai lançar artigos colecionáveis em NFT. As criações exclusivas foram chamadas de “cripto-experiências”.

E os festivais Bananada, No Ar Coquetel Molotov e Dosol se uniram e criaram o Cryptopass: um acesso vitalício aos shows promovidos pelo trio. Para as vendas, foi feito um leilão. Existia até um ingresso especial que era acompanhado de uma obra de arte em 3D e uma trilha sonora personalizada. Essa foi a primeira iniciativa do tipo na América Latina. 

Se você ainda tem dúvida sobre o que são as criptomoedas ou não entende a febre dos NFTs, mergulhe na leitura desses nossos artigos: pra além do conceito, a aspiração das criptomoedas e NFT: você já sabe o que é? 

2 – Eventos híbridos continuam em alta

Eventos híbridos são aqueles que mesclam características do virtual e do presencial. Na pandemia, esse formato ficou em alta por conta do distanciamento social, mas mesmo com a volta dos eventos presenciais, a tendência é que os recursos virtuais continuem sendo utilizados, e de uma forma cada vez mais criativa!

O SXSW, maior festival de inovação do mundo, já anunciou que sua edição de 2022 será híbrida. Isso porque os organizadores perceberam que o digital consegue abraçar um número maior de participantes em diversos países e também ser uma nova fonte de receita. 

Por isso, além da versão presencial , quem quiser assistir o evento de casa poderá participar remotamente de tours em pontos turísticos de Austin (a cidade que sedia o festival), e também participar de experiência ainda mais diferente, como poder se aventurar por uma floresta virtual.

Leia aqui:  o que já sabemos sobre o SXSW 2022

Essa observação não foi constatada somente por eles, muitas outras empresas e eventos já perceberam que o virtual não é um recurso momentâneo. Pelo contrário, as experiências nativas digitais estão sendo cada vez mais incorporadas como um novo produto dentro dos seus modelos de negócios.

3 – Valorização das comunidades locais

Esqueça a ideia daquele festival que surge em uma determinada época e é produzido e desmontado logo em seguida, sem o mínimo de envolvimento com a comunidade local.

O turismo exploratório não está com nada. Um exemplo incrível de evento brazuca que retorna o investimento para a população local é o Hack Town, realizado na pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas.

Além de fazer a economia circular com suas edições presenciais, em 2020, quando o evento precisou ser totalmente online, foi lançado um programa para impulsionar os negócios de Santa Rita, conectando empreendedores da cidade a uma rede de profissionais de alto impacto do mundo todo.

4 – Maior envolvimento com pautas sociais

Um posicionamento ético e de acordo com os valores que a sociedade demanda será ainda mais cobrado daqui para frente. Além de apoiarem causas sociais, os eventos podem fazer mais, como elaborar ações para promover igualdade de gêneros, inclusão, acessibilidade e assumir uma postura de tolerância zero em relação a machismo, racismo e homofobia.

O Primavera Sound deu esse primeiro passo com a campanha Nobody is Normal, em sua última edição presencial em 2019. Eles conseguiram criar  um espaço livre de violência e descriminação de gênero. No evento, o pessoal da equipe distribuía informações sobre o projeto, além de reservar um stand para que os participantes pudessem denunciar uma situação de abuso ou assédio vivida ou testemunhada.

O movimento Keychange, que reúne mais de 30 festivais ao redor do mundo (incluindo três brasileiros) luta por uma indústria musical equilibrada entre homens e mulheres, com uma meta de atingir 50/50% de gêneros até 2022 nos lineups de eventos. Para isso, foram desenvolvidas ações coletivas em quatro áreas: reconhecimento, investimento, pesquisa e educação.   

E o Safe Spaces Now é uma iniciativa recente de músicos do Reino Unido para acabar com o assédio sexual contra mulheres em festivais. Para construir um pacote de medidas efetivas, o projeto conta com o auxílio da ONU Mulheres. Espaços redesenhados e uma equipe treinada para identificar abusados faz parte do plano.

5 – Sustentabilidade 

É claro que sustentabilidade não poderia ficar de fora dessa lista. Essa, aliás, será a pauta principal de diversos países na próxima década. Pensar em formas de reduzir os danos no meio ambiente é para ontem!

E não são só os festivais presenciais que causam impactos não, sabia? Já parou pra pensar em sustentabilidade em eventos digitais? 

Para colocar um evento no ar, muitos aparelhos eletrônicos são utilizados. E, para isso, existe toda uma logística: desde a administração, passando pelo uso de energia elétrica até o descarte deles. O consumo alto de energia pelo Data Centers também é uma questão. 

A pergunta para o futuro é: Como fazer para que exista uma troca de dados de forma mais sustentável? 

O A Greener Festival é uma excelente referência em ações voltadas para a sustentabilidade, seja para conferências, casas de show, teatro ou eventos esportivos. Com toda expertise de anos de atuação, eles desenvolveram um modelo super completo para avaliar, medir e propor ações mais sustentáveis em eventos, baseado em quase 200 parâmetros!

Nós já trabalhamos ao lado deles no último festival que estivemos presente pré-pandemia, o Wonderfuit na Tailândia (confira aqui).

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Até uma próxima pista!