A curadoria é uma das habilidades mais importantes do século XXI.
No campo profissional, aqui no øclb começamos 2022 assinando dois projetos desafiadores de curadoria.
O primeiro, a curadoria do festival digital Mosaico Cultural, que começa no próximo dia 17/03 (é gratuito, saiba mais aqui).
O segundo projeto, uma imersão nas mais de 1.500 palestras de um dos maiores festivais de inovação do mundo, o SXSW 2022. Parte desse trabalho você confere na plataforma Gente da Globo.
Neste momento, também estamos trabalhando na curadoria dos professores do øclb academy e da 2ª temporada do øclb podcast (estreia em abril). É curadoria em cima de curadoria…
Mas afinal, o que é curadoria? E por que ela é tão relevante nos tempos de hoje?
Por partes.
Etimologicamente, a palavra curadoria tem origem no latim curator, que significa “zelar”, “cuidar”. Também quer dizer “aquele que administra” e “aquele que tem cuidado e apreço”.
Para além dos projetos profissionais, o tempo todo estamos “curando” nossas vidas.
Quando você escolhe onde investe seu tempo e atenção, você está praticando um tipo de curadoria.
Os livros, séries, filmes, games e podcasts que você tem o hábito de consumir também fazem parte da sua curadoria.
O que você come, suas amizades, ciclo social e até com quem decide namorar ou dividir um apê, tudo isso é curadoria.
Sob essa lente, somos todos curadores.
Zelamos por nossas relações. Diariamente fazemos escolhas. Selecionamos aquilo que nos dá prazer, deixando para trás o que não nos interessa.
Mas vale esclarecer que uma curadoria, para ser chamada dessa forma, sempre é motivada por uma intenção. Do contrário, é passividade ou inação. Aquilo que o Zeca Pagodinho diz com “deixa a vida me levar”.
E essa é a razão pela qual a curadoria é tão importante nos dias de hoje. Porque se não for feita de modo consciente, os algoritmos estão aí para decidir tudo sobre você.
O Spotify é um bom exemplo. O TikTok, melhor ainda. Ambos os serviços trabalham com algoritmos altamente eficazes e viciantes. É fácil perder a noção do tempo escutando recomendações de música. E os vídeos de dancinhas do TikTok, hein?
A verdade é que os algoritmos são convenientes e práticos. Funcionam como uma droga. Se não fossem eficientes, não ia ter tanta gente no mundo viciada em redes sociais.
Independente do julgamento de valores, vamos convir que todo mundo precisa de uma válvula de escape em tempos de guerra, pandemia e desastres climáticos, não é mesmo?
Tudo bem deixarmos a vida nos levar de vez em quando. Nem sempre a gente quer pensar onde e como gastamos nosso tempo. Especialmente nos momentos de lazer e entretenimento.
Mas tornar-se curador da própria vida, zelando e cuidado pelas suas escolhas com intenção e presença ativa, é uma prática saudável e gratificante.
Por exemplo, quanto do seu tempo e atenção nesses últimos dias foi dedicado para a Guerra da Ucrânia? E o BBB, os memes, a pandemia, as festas e blocos ilegais durante Carnaval… Se a gente se deixar levar pela mídia, redes sociais, grupos de whatsapp, vivemos a realidade ditada por outros. Deixamos de exercitar aquilo que nos é mais valioso: viver a própria vida.
Pra deixar claro. Não somos alienados, negacionistas ou defensores da positividade tóxica.
Só não vendemos barato nossa atenção.
E a sua? Quanto anda valendo?